O Projeto ABC na Educação Científica – Mão na Massa – da Estação Ciência da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Secretaria Estadual da Educação, leva ensino de Ciências para alunos de 1ª a 4ª série do ensino fundamental da rede pública. Ao todo, 16 escolas públicas estaduais participam.
Desde o início do programa, em agosto de 2001, a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da Secretaria (Cenp) já realizou capacitações sobre o tema água e seus diversos aspectos: ciclo na natureza, características, localização, poluição, tratamento, Astronomia, solo, vegetação, fauna, entre outros. O próximo encontro ocorrerá no dia 4 de setembro. As capacitações são realizadas mensalmente na Estação Ciência da USP, na Lapa, zona oeste da capital.
O projeto de iniciação científica nos primeiros anos do Ensino fundamental contribui para o processo de alfabetização e para o conhecimento de diferentes linguagens, além de colaborar na construção de uma consciência cidadã. “Na verdade, o projeto veio favorecer a organização do trabalho do professor em sala de aula e oferecer mais segurança ao PEB I que não é especialista na área de Ciências. Ele se sente melhor preparado para desenvolver junto aos alunos a capacidade de observar fenômenos, elaborar hipóteses e os experimentos para testá-los. Ao mesmo tempo, desenvolve a habilidade de se expressar oralmente e pela escrita”, disse a professora Eleuza Guazzelli, integrante da equipe da Cenp que coordena o projeto.
Além das capacitações, há o acompanhamento nas escolas durante o horário de trabalho pedagógico coletivo (HTPC) e um plantão de dúvidas na Estação Ciência.
Democratizando a Ciência
Criado em 1992, em Paris, o Projeto foi desenvolvido no Brasil por pesquisadores da Estação Ciência, Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da Universidade de São Paulo, em parceria com as Secretarias de Educação Estadual e Municipal de São Paulo. Diferencia-se de métodos tradicionais, já que prevê o desenvolvimento de experiências científicas ligadas ao cotidiano do aluno, auxiliando a expressão oral, escrita e de raciocínio.
Para a implantação do programa no Brasil, os especialistas foram conhecer o Projeto Lamap, da Academia de Ciências de Paris. O grupo francês de organização do “La main à la pâte” – Mão na Massa – criou um site internacional para ampliar o intercâmbio entre professores que desenvolvem esta idéia em suas escolas – www.mapmonde.org. O lançamento do site, em junho deste ano, foi marcado pela competição entre classes de sete países (Bélgica, Brasil, Colômbia, Canadá, Egito, Marrocos e França) e se baseou na criação de uma estrutura usando apenas 100 canudos e 100 clipes.
No Brasil, as escolas EE Prof. Andrelino Vieira e EE Péricles Soares, do município de São Carlos, foram as vencedoras. Os premiados receberam um jogo de sete balanças fabricadas pelo Centro de Divulgação Cientifica e Cultural (CDCC de São Carlos Brasil) e um diploma assinado pelo presidente da Academia de Ciências de Paris, Georges Charpak, prêmio Nobel de Física.
Olimpíada de Física para os alunos da rede estadual
Ainda na área de Ciências, a Secretaria de Estado da Educação possui uma parceria com a Associação dos Professores de Física de São Carlos/USP, Estação Ciência/USP e Conselho Britânico, para estimular o interesse dos jovens e contribuir para a melhoria da educação.
A Associação organiza, anualmente, a Olimpíada Paulista de Física (OPF), projeto de cunho educacional, dirigido aos estudantes e escolas de nível fundamental e médio em todo o Estado. Em 2002, 12 mil estudantes de 1.500 escolas estaduais, municipais e particulares se inscreveram para as provas da fase regional e, entre eles, 139 foram premiados. O estudante com melhor nota na 3.ª série e seu professor-orientador foram premiados com uma bolsa de estudos de quatro semanas em Cambridge, Reino Unido. Entre as 139 escolas escolhidas, 20 eram estaduais, pertencentes a 18 Municípios do Estado de São Paulo.
Luciane Salles