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terça-feira, 30/09/2003
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Seleção de futebol da Febem é campeã de olimpíada no Maracanã

A seleção de futebol de campo da Febem-SP é a vencedora da 2ª Olimpíada Socioeducativa pela Paz. A equipe paulista conquistou o título nos pênaltis, após empatar por 3 a […]

A seleção de futebol de campo da Febem-SP é a vencedora da 2ª Olimpíada Socioeducativa pela Paz. A equipe paulista conquistou o título nos pênaltis, após empatar por 3 a 3 com o time do Conselho Estadual dos Direitos dos Negros do Rio de Janeiro, no Maracanã. O campeonato ocorreu no último dia 26 de setembro e foi realizado pelo Departamento Geral de Ações Socioeducativas do Rio de Janeiro (Degase).

As preliminares foram no Colégio Militar, onde a seleção da Febem derrotou a Febem de Minas Gerais por 6 a 1. Com essa vitória a equipe de São Paulo se classificou para a grande final no Maracanã.

A PARTIDA – A disputa pela decisão da olimpíada foi emocionante. Nos cinco primeiros minutos de jogo, a equipe carioca abre o placar. O painel eletrônico do maior estádio do mundo marca: Rio de Janeiro 1, São Paulo 0. Rodrigues (ex-Santos) e Zé Maria (ex-Corinthians), técnicos da equipe paulista, levam as mãos à cabeça. A gritaria começa. “Abre mais. Abre mais”, grita Rodrigues para o seu atacante. Zé Maria observa mais do que fala.

Os gritos dão resultado. O adolescente da unidade de internação de Ribeirão Preto, com a camisa 11, depois de tabelar na boca da área e ficar cara-a-cara com o goleiro adversário, empata o jogo, aos 12 minutos do primeiro tempo. Tudo igual.

Alívio para o banco de reservas e comissão técnica do time de São Paulo. O jogo é reiniciado. Bola nos pés da equipe adversária. A zaga da Febem recupera a bola e, com um belo cruzamento, lança nos pés do camisa sete da seleção, que também joga em Ribeirão Preto. Com uma arrancada fenomenal e um chute certeiro, o atleta acerta o ângulo direito, não dando chance para o goleiro pensar. O placar do maior estádio do mundo agora mostra: São Paulo 2 x Rio de Janeiro 1.

Tranqüilidade e orgulho são as expressões que os rostos dos técnicos transmitem. Agora é a vez do super Zé gritar: “Mantenham a atenção! Marcação homem a homem. Cuidado, se não eles empatam”. Faltam, aproximadamente, dois minutos para o intervalo e a equipe do Rio de Janeiro consegue empatar. Dois a dois é o resultado do primeiro tempo.

Durante o intervalo, os adolescentes sentaram no gramado, que para eles, parecia o melhor tapete persa já feito. Zé Maria e Rodrigues, em pé, dão as instruções para o segundo tempo. “Não quero ver moleza. A gente não saiu de São Paulo para perder. Quero ver garra no campo. Sem violência, quero futebol de primeira”, diz Rodrigues. Zé, por sua vez, só diz duas frases: “Toque de bola. Se olhar e tocar, o jogo está ganho”.

SEGUNDO TEMPO – Começa o segundo tempo e a equipe carioca faz o terceiro gol. 3 a 2, para desespero dos torcedores paulistas. Agora quem leva a mão à cabeça é o presidente da Febem, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa. A equipe da Febem começa a ficar nervosa em campo. Zé Maria pede tranqüilidade. Rodrigues manda os jogadores irem ao ataque. A partida está digna de uma grande final. Um torcedor carioca fala: “Este jogo está mais emocionante que Fla-Flu com a casa cheia”.

Poucos minutos para o término do jogo. A equipe carioca apenas espera o apito final para comemorar. Escanteio para a seleção da Febem-SP. Rodrigues grita para os jogadores irem para a área do adversário. O escanteio é batido, vários jogadores sobem para cabecear. Confusão na área. A rede estufa. A juíza apita e aponta para o centro do campo. Gol de cabeça da seleção da Febem. O banco de reservas, a equipe técnica, os agentes e alguns cariocas que torciam para o time de São Paulo vão ao delírio. O jogo está empatado. Mal recomeça a partida e o som do apito avisa: fim do segundo tempo.

OS PÊNALTIS – A decisão agora é nos pênaltis. Três conversões para cada time. As penalidades são batidas e convertidas. Os jogadores recebem o comunicado: quem não errar, na série de cobrança alternada, conquista o troféu. Começam as cobranças, quem bate converte. O clima fica tenso. Um dos agentes da equipe paulista fala: “Não acredito que vim de São Paulo para ver a equipe perder”. Mal completa a frase e o goleiro – aquele que foi desinternado e pediu à diretora da Unidade de Internação Casa do Atleta para ficar mais um dia para participar do jogo no Pacaembu – faz uma bela defesa e dá o título à seleção da Febem-SP.

E os gritos dos adolescentes de São Paulo foram um só. “Ahá! Uhu! O Maraca é nosso….