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quinta-feira, 23/03/2006
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Simplicidade do homem do campo encanta público durante a exibição de Tapete Vermelho

História do caipira que decide levar o filho para assistir filme de Mazzaropi foi vista por mais de mil educadores dentro do Programa Caminho das Artes “… Sou caipira, pirapora […]

História do caipira que decide levar o filho para assistir filme de Mazzaropi foi vista por mais de mil educadores dentro do Programa Caminho das Artes

“… Sou caipira, pirapora nossa senhora de Aparecida. Que ilumina a minha escura e funda o trem da minha vida…”

Ele começou cantando sozinho uma de suas músicas mais conhecidas, mas em poucos segundos Renato Teixeira ganhou de presente um coro de mais de mil vozes durante a apresentação no Teatro Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes, nesta terça-feira, dia 21. O músico foi convidado para abrir a exibição do filme Tapete Vermelho, com trilha sonora assinada por ele, dentro do Programa Caminho das Artes, da Secretaria de Estado da Educação.

A sessão contou ainda com a presença do governador, Geraldo Alckmin, da primeira dama, Lu Alckmin, do secretário de Estado da Educação, Gabriel Chalita, e ainda atores, técnicos e convidados.

Homenagem

O diretor do longa, Luiz Alberto Pereira, recebeu uma placa de homenagem das mãos de Chalita. “Quando a gente vê o significado e a beleza da persistência, essa homenagem ao Mazaropi, ao interior brasileiro, interior de São Paulo, percebemos que você fez isso com muita maestria. E hoje quero homenageá-lo em nome da dona Lu, do governador Geraldo Alckmin, e dos muitos professores que estão aqui”. Chalita lembrou ainda a importância que o Caminho das Artes tem para a educação. “Esse é um projeto que leva os professores a ter este contato com o cinema, o teatro, a dança, museus e a magia da arte. A partir disso eles acabam levando essas experiências para a sala de aula. Eu acho que as pessoas que vieram aqui tiveram um pouco dessa experiência de sensibilidade”, completou o secretário.

Emocionado, Luiz Alberto Pereira lembrou que o filme não teria se tornado realidade sem patrocínio e leis de incentivo. “Um dos principais apoios foi o fomento ao Cinema Paulista criado em 2003 pelo governo do Estado. O filme ganhou nas categorias produção, em 2003, finalização, em 2004, e comercialização, em 2005. E também não poderíamos deixar de falar do prezado secretário da Educação, Gabriel Chalita, que através do Programa Caminho das Artes está nos proporcionando esta grande exibição. Agradeço a presença de todos e espero que tenham gostado do filme. Muito obrigado”.

O filme

O filme – com locações nas cidades de Taubaté, Caçapava, Santo Antonio do Pinhal, Lagoinha e Aparecida – presta uma homenagem a Mazzaropi com muito humor e ação, sem perder o clima de ingenuidade e pureza típicas do homem do campo. O ator Matheus Nachtergale vive o personagem Quinzinho, um caipira morador de uma roça distante de tudo, que precisa cumprir uma promessa que fez ao pai: levar o filho de 10 anos para assistir a um filme de Mazzaropi no cinema.

Com a mulher Zulmira, o filho Neco e o burro Policarpo, ele viaja pelas cidades para cumprir seu objetivo. A atriz Gorette Milagres, que fez a personagem Filomena, no SBT, é Zulmira, um caipira realista, casada com Quinzinho. Neco, o filho do casal, é vivido pelo ator mirim Vinícius Miranda.

Aventura cabocla

Durante as férias, Quinzinho sai com a família à procura de uma cidade para assistir algum filme do Mazzaropi, mas em todos os cinemas foram transformados em igrejas evangélicas. Nesse trajeto, muita coisa acontece e eles acabam num acampamento do MST (Movimento dos Sem-Terra). Durante a confusão, Zulmira perde o filho.

O tapete vermelho estendido para Quinzinho entrar no cinema repleto de cartazes de blockbusters, para ver finalmente um filme do Jeca Tatu, era o tapete que Mazzaropi estendia para si, talvez na tentativa de recriar – ainda que de mentira – o glamour hollywoodiano.

Platéia pra lá de especial

Entre os espectadores do filme, alguém que entende bem do assunto se dizia encantado, não só com a trama, mas também com a chance de formar platéias. “Vejo o Caminho das Artes com muito otimismo porque esse programa permite às crianças – em formação de educação e cultura – a aproximação com o cinema brasileiro e a orientação pedagógica para compreender melhor os valores contidos nos filmes. É o perfeito entrosamento entre a ação cultural de promover e de produzir um filme como esse e também da área de educação de poder – paralelamente a outras iniciativas regulares do curso – trazer as crianças para o cinema, aproximá-las dos filmes brasileiros, compreendê-los e admirá-los”, opina o cineasta Anibal Massaini.

Emoção e encantamento

“Nossa… estamos apaixonadas. Maravilhosa a iniciativa da Secretaria de nos receber aqui, magnífica. Que se repita por várias vezes”, repetia entre as colegas a professora Rosali de Freitas Bin, que veio de Santo André especialmente para assistir ao filme. Diva Ribeiro, professora de artes que também veio de Santo André, não escondeu a alegria pela noite diferente. “É uma oportunidade única, queria estar com meus alunos aqui. Mas eu vou levar minha experiência, com certeza. Dá pra passar isso a eles com a nossa empolgação, a gente fica super contente com o assunto, as crianças também ficam empolgadas e vão assistir. Ou a gente acaba levando a fita no futuro para que eles vejam o que a professora assistiu. É um exemplo pra eles”.