A presidente da Associação Brasileira de Surdocegos esteve em fórum realizado pela Secretaria e surpreendeu ao contar sua história
Claudia Sofia Pereira deixou de ouvir aos seis anos. Aos nove, outro de seus sentidos começou a se esvair. Quando completou 17, a jovem já não podia mais enxergar. Hoje, aos 42 anos, Sofia é um exemplo de superação. Trabalha como presidente na Associação Brasileira de Surdocegos e mora sozinha com o marido, que também é surdocego.
O Tadoma, método de comunicação utilizado por Sofia, é uma técnica dominada por apenas seis surdocegos no Brasil. É por meio do Tadoma, com o qual ela interpreta o que a pessoa diz ao tocá-la próximo à boca, que ela se comunica com o mundo. “Quando eu fiquei surdocega, eu precisei encontrar uma maneira de me comunicar. Naquela época, eu toquei o lábio da minha mãe e por meio da articulação e da vibração da voz eu consegui compreender o que ela estava falando”, conta Sofia.
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Sofia diz que sempre procurou estudar e aprender novas formas de comunicação. Além do Tadoma, ela ainda domina o Alfabeto Manual Tátil, Libras Tátil e o Braille. “Eu ingressei na Associação Brasileira de Surdocegos para divulgar o tema e levar o meu depoimento para as pessoas. É uma felicidade poder abrir portas para que os outros surdocegos também possam estudar”, revela.
A especialista esteve presente em um dos encontros do I Fórum de Surdocegueira e Deficiência Múltipla Sensorial, realizado no último dia 23, e comemorou a iniciativa. “Esse fórum irá ajudar a levar novas informações para os professores. A inclusão se faz dessa forma, com formação”, diz Sofia, mostrando que as suas limitações não a impedem de lutar pelo que quer.
Fórum
O I Fórum de Surdocegueira e Deficiência Múltipla Sensorial: Perspectivas Educacionais da Rede Estadual de Ensino percorrerá dez regiões do Estado, até o dia 25 de outubro, e contará com a participação de mais de dois mil educadores da rede estadual. Nesta quinta-feira (30), o encontro acontece em Jundiaí.
