Tintas, rolos e pincéis. Este é o cenário que tem marcado o dia a dia das escolas estaduais durante o período de férias. Na última sexta-feira, no final da tarde, em visita a Santos, o secretário adjunto de Estado da Educação, Paulo Alexandre Barbosa, acompanhou as atividades na EE Cleóbulo Amazonas Duarte e participou do mutirão para a pintura de um dos portões de entrada dos alunos.
O secretário ficou impressionado com o envolvimento e dedicação da comunidade. “É muito bom conferir que o projeto teve adesão de pais, alunos, corpo diretor, entre outros. Afinal, esse é o propósito do programa Pinte na Escola “, disse ele. Neste programa, a Secretaria da Educação repassa os recursos para a compra do material e a execução das tarefas fica por conta dos voluntários de cada escola. O investimento total do Estado é da ordem de R$ 31,6 milhões. “É um projeto que também contribui para a aproximação da família com a escola”, explicou o secretário adjunto.
A diretora da escola, Sueli das Neves Duarte, estava satisfeita com a liberação da verba e com o trabalho realizado pela comunidade na unidade. “Como a minha escola tem aproximadamente 1.700 alunos recebemos uma verba de R$11 mil. Além da pintura interna geral da escola, faremos também um pequeno reparo no telhado. O trabalho foi iniciado no dia 11 e nossa previsão é que se estenda até o dia 24 de julho, ou seja, durante todo o recesso”, acrescentou.
Engana-se quem pensa que os alunos estão preocupados em perder o recesso. Para eles, pintar a escola é uma festa. O trabalho é levado a sério, mas o clima é de inteira descontração. Os menos habilidosos com os pincéis, que acabam mais “pintados” do que a própria parede, são alvo de brincadeiras e gozações dos colegas.
Uma voluntária está sempre por perto para coordenar o serviço e garantir a ordem na casa quando necessário. Margarete Cristina Uruguai Santos, mãe de aluna, tem dedicado 11 horas de seu dia para a escola. “Saio de casa às 12h30 e retorno às 23h30. Tenho uma ligação muito forte com os alunos. Um elo de amor e carinho. No sábado, também sou voluntária do Escola da Família na padaria artesanal”, orgulha-se.
Margarete participa do mutirão acompanhada do marido e da filha. É um trabalho em família. Enquanto um pinta a parede com o rolo, o outro lixa o corrimão da escada e o terceiro faz retoques no portão. A rotina do marido, Mauricio Gouveia dos Santos, tem sido de casa para o trabalho e do trabalho para a escola neste recesso.
“É muito gratificante doar nosso tempo e estar ao lado da família”, diz ele. “Ganhamos experiência, amigos, temos um contato maior com a direção da escola, participamos até de algumas decisões. Sou um pai que contribui para a educação da minha filha. Quero que ela siga esse exemplo”.
Margarete diz que a filha Marcela Cristina Santos, que cursa a 6ª série no período da tarde, às vezes sente ciúmes dela com seus colegas de classe. Marcela não confirma. “É muito divertido ter a minha mãe dentro da escola”, diz a garota. Ela conseguiu conquistar todos os meus amigos. A escola melhorou muito com a chegada dela”, orgulha-se.
Renata Ferrarezi