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quarta-feira, 03/01/2018
A2img/Daniel Guimarães
Notícia

Teatro como ferramenta pedagógica para combater bullying em escola da rede

Do roteiro à iluminação, todo o espetáculo é montado pelos próprios alunos; produção ultrapassa os muros da escola

Sabendo que a escola é o lugar para o ensino formal e também de formação cidadã, o professor mediador da E.E. Jornalista David Nasser, Vitor Moraes Filho, usa o teatro como ferramenta pedagógica e de combate ao bullying. A ideia de criar peças teatrais para envolver os alunos surgiu depois de perceber que havia ali muitos casos de desconforto vivenciado entre eles.

“Eu observei a vulnerabilidade da comunidade, o tratamento que os alunos tinham uns com os outros, mas percebi que somente conversar com eles não resolvia, eu precisava agir, fazer alguma coisa concreta. Alguma coisa que chamasse a atenção deles”, explicou o educador.

A peça conta a história de Giovana, aluna que é, frequentemente, atormentada por um grupo de colegas de sala. As meninas escarnecem da protagonista por ela se mostrar diferente das outras pessoas. Suas roupas, maquiagem e cabelo dão à ela o tom de “diferente”. Acontece que Giovana se sente acuada em procurar ajuda, seu pai é sempre ausente e ela parece não confiar em ninguém. Cansada da zombaria, a estudante decide dar um basta nas brincadeiras e tira a própria vida.

Quem vive a personagem principal da trama é a aluna de mesmo nome Giovana Oliveira Silva. “Para mim, foi muito fácil fazer esse papel, porque eu já senti isso na pele. Eu sei como é sofrer com brincadeiras de mau gosto e também já tive pensamentos de morte como o de Giovana”, contou.

“A mensagem que queremos passar é que a morte não é solução. Que sempre que tivermos algum problema, precisamos buscar ajuda, falar, que as pessoas vão nos ouvir. Não precisamos ter o mesmo fim trágico da Giovana na peça”, disse a aluna Daiana Vitória Silva Santos.

Dirigidor por Vitor, cerca de 50 estudantes participam da atividade. De acordo com o professor mediador, a peça trouxe resultados positivos. Além de diminuir os casos de bullying na própria escola, ela ajuda outros estudantes a compreenderem melhor como funciona o universo de uma criança oprimida. Frequentemente, eles conseguem montar o espetáculo em outras escolas próximas à comunidade.