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terça-feira, 15/10/2019
Especial

Todo mundo já foi aluno: histórias dos professores que estudaram na rede

A professora que ensina na mesma escola em que estudou e a educadora que virou colega dos mestres estão entre estas histórias

Todo mundo, um dia, já esteve numa sala de aula. E teve como inspiração pelo menos um dos mais de 190 mil professores que fazem parte da rede estadual de São Paulo. Muitos desses jovens um dia viraram professores, e hoje, compõe o quadro responsável pela aprendizagem e formação dos muitos jovens de São Paulo.

Um desses alunos que viraram professores é Rosani Andrade. Coordenadora pedagógica da Escola Estadual Anísio José Moreira, localizada em Mirassol, ela lembra com carinho das duas professoras que a inspiraram a escolher a formação em biologia. “Aprendi a acreditar na transformação que a educação pode causar no ser humano a partir da transformação que eu sofri”, completa.

“Foram tantas aulas apaixonantes que me tornei bióloga, professora de ciências e biologia”, diz Rosani, que virou companheira de profissão.  Com Maria Teresa Abinagem, que lhe deu aulas de ciências no Ensino Fundamental, integra um grupo de referência da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp). E com Isilda Cecília Magnani, que foi sua professora de biologia no Ensino Médio, divide o dia a dia na Escola Estadual Anísio José Moreira, onde foi aluna e agora são colegas.

A relação de aluna com professoras se transformou em coleguismo. “Não há conflitos, pelo contrário. A Pituca, como chamo a Isilda, é uma parceira fantástica. A gente passa pelo corredor, pelas salas, e lembra, troca memórias”, conta. Quando questionada sobre ver uma das jovens como sua companheira, Pituca responde: “É um prazer imenso formar alguém, e depois vê-lo atuando. Dá vontade de dizer ‘foi meu aluno’”.

Orgulho da mentora

Bruno Fonseca é motivo de orgulho para outra professora. O matemático estudou do 1º ano do Ensino Fundamental ao fim do Ensino Médio na Escola Estadual Oguiomar Ruggeri, localizada em Osasco, onde foi aluno de Dinorah Hasegawa Sato na matéria que acabou escolhendo como profissão. “A Dinorah foi uma das professoras que me inspiraram a seguir este caminho. Hoje eu dou aula para retribuir o que aprendi. O conhecimento nunca é demais e a gente pode passar adiante”, acredita.

A relação com os estudantes na Escola Estadual Dr. Antonio Braz Gambarini, em Osasco, onde leciona, também é próxima. “Os alunos são parceiros. Eles são meus amigos no Facebook. O fato de eu ter saído de escola pública nos aproxima, eles se identificam. Eu me divirto com eles e eles comigo, mesmo com matemática”, conta rindo.

De aluna à professora

Voltar a dar aula na escola onde passou os primeiros nove anos da vida escolar é uma satisfação para Iris Akemi, 45 anos. Ela é professora do 8º ano do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio na Escola Estadual Romeu de Moraes, localizada na Lapa, zona oeste da capital. “Eu brincava de dar aula. Acho que nasci professora”, brinca. Sobre a época em que era aluna, Iris diz ter muitas recordações: “A parte física da escola mudou. As quadras melhoraram, inclusive com área coberta. Mas lembro muito bem.”

Quando encontra um aluno com vocação, Iris o incentiva a seguir a profissão. “Estamos em um momento em que o conhecimento vem de outras formas. Mas o contato com o professor faz a diferença”, diz. “No Dia do Professor de Educação Física, dia 1º de setembro às 8h da manhã, uma aluna me deu um chocolate de presente. Em um momento assim eu penso ‘que bom que estou inspirando as pessoas’”, conta emocionada.