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segunda-feira, 24/11/2003
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Troca de correspondências empolga alunos do interior paulista

O projeto Arte Postal, elaborado em escolas estaduais do interior paulista, vem sendo uma das alternativas dos educadores para vencer o isolamento e colocar seus alunos em contato com outras […]

O projeto Arte Postal, elaborado em escolas estaduais do interior paulista, vem sendo uma das alternativas dos educadores para vencer o isolamento e colocar seus alunos em contato com outras realidades.

Trata-se de um programa no qual estudantes da 6a., 7a. e 8a. séries trocam correspondências com alunos de localidades distantes. Nas cartas que percorrem o coração do Estado, eles colocam informações sobre a cidade, contam histórias sobre a família e revelam seus sonhos e aspirações para o futuro.

O material é aproveitado nas aulas de Português, Geografia e Educação Artística. O projeto foi implantado em diversas regiões. Uma das primeiras foi na cidade de Itaoca, região de Apiaí, onde alunos de três escolas locais trocaram cartas. A proximidade não impedia o isolamento de várias instituições daquela área.

Algumas se situam em terrenos de difícil acesso, circundadas por uma mata virgem e preservadas por paisagens da Mata Atlântica, tingidas por um mar de entonações esverdeadas, que serpenteiam com o vento e realçam o azul do céu.

A melhor saída para os alunos se comunicarem com colegas de outras áreas foi por meio das cartas. A tentativa foi bem sucedida. Os jovens mostraram entusiasmo e se integraram ao processo, que também possibilita a eles aprenderem a preencher o envelope.

Anos atrás, ao observar a experiência, que foge dos frios padrões da Internet, o então diretor de ensino de Apiaí, professor Walter Spolon, espelhou-se na idéia e a propagou para a região.

Atualmente ele é o diretor da E.E Antônio Tavares dos Santos, na cidade de Zacarias, próxima a José Bonifácio, e ajudou a implantar o projeto por lá, mas com maiores dimensões.

Em 2001, a escola fez um intercâmbio com a EE Salustiano Lemos, da distante cidade de Santa Rosa de Viterbo, organizado pela professora Eliane Medeiros Mendonça. Após uma interrupção, o projeto foi retomado neste ano, com uma grata novidade. Alguns alunos continuavam a se corresponder com seus colegas.

“Cada vez que recebem uma carta-resposta, a alegria é geral”, comenta a professora. Hoje a troca de correspondência é feita com alunos de uma escola municipal da cidade de Serrana, próxima a Ribeirão Preto. Com o apoio do corpo docente local, a professora organizou uma lista de alunos para os quais iriam as cartas.

A atividade empolgou todos os alunos, fortalecendo o vínculo com escola e professores. Na prática, conseguiu detectar os dilemas que assolam muitas crianças nesta idade, e que às vezes as impelem para fora do círculo escolar: o desejo de afeto, carinho e atenção. A espera por uma resposta, que finalmente chegou.

EUGENIO GOUSSINSKY