A maior parte das unidades escolares do estado de São Paulo já finalizou o processo de eleições para os grêmios estudantis. No entanto, as escolas que ainda não promoveram a atividade democrática de escolha de chapas, que devem representar os estudantes, precisam regularizar a situação o mais breve possível.
Na EE Erasmo Batista Silva de Almeida, da DE Diadema, o aluno Matheus da Silva Salva foi eleito o presidente do Grêmio Auditore. Com apenas 15 anos e frequentador das aulas da 1ª série do Ensino Médio, o garoto deixa transparecer que está um pouco nervoso, mas também tem confiança de que vai agradar seus eleitores.
A experiencia “me deixa um pouco nervoso, pois é meu primeiro ano na escola. Mas, espero que a gente faça bastante ações que valorizem os alunos e que eles nos apoiem para um segundo mandato. A ideia é dar continuidade ao projeto. Digamos que seria uma ‘parte dois’ do mandato”, afirma Matheus. Apesar de já estarmos quase no meio do ano, Matheus explica que alguns projetos já foram colocados em práticas e há outros por serem implementados.
Mas, uma ajudinha de quem tem mais experiência torna tudo mais claro. “Os professores e a diretoria apoiaram bastante a gente durante as eleições, e depois eles continuaram presentes. Eu acho que com a presença dos professores a gente fica mais livres, confiantes nas tomadas de decisões. E acho que isso é um incentivo para outras escolas, para que professores e gestão fiquem mais presentes, mais perto do Grêmio”, orienta Matheus.
Entre as metas da nova chapa eleita, estão a de dar prioridade às datas comemorativas do Brasil e valorizar a cultura nacional, desenvolver trabalhos sociais que visem a melhoria da imagem da escola e fazer com que os professores trabalhem com mais aulas práticas, para sair um pouco da teoria de dentro da sala de aula, além do carro chefe das propostas: um forte trabalho de combate ao bullying.
O nome da chapa vem do personagem de um game. Auditore representa a população da cidade em que mora e luta pelos direitos do povo. O nome é ideal para o grupo de gremistas se levarmos em consideração o processo de criação das propostas. Descontentes com as ideias das outras chapas, resolveram realizar uma pesquisa entre os alunos e analisar o que era possível. Em contrapartida, se sagraram vencedores nas eleições, como reconhecimento do eleitorado.
“Algumas propostas não eram possíveis. A gente fez uma reunião com a chapa e com representantes de sala, perguntamos quais seriam as mais viáveis e escolhemos algumas, na área de educação e segurança, por exemplo”, esclarece o presidente Matheus.
O processo eleitoral é de extrema importância e, para que a Secretaria possa trabalhar de forma mais aberta com as chapas eleitas, cada escola deve preencher o formulário de pesquisa que foi enviado a todas as Diretorias de Ensino, pelas equipes da SAREG e da Chefia de Gabinete.
A Gestão Democrática na educação pressupõe o envolvimento e a participação de todos nas ações voltadas ao desenvolvimento das políticas educacionais e da escola, inclusive na discussão, encaminhamento e avaliação de problemas e decisões, por meio do amplo acesso às informações, do diálogo e do respeito aos acordos coletivos.
De modo concreto, a garantia desse processo de gestão democrática envolve a mobilização do tripé escola-família-comunidade e do seu efetivo engajamento no cotidiano e na melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem, processo esse que se fortalece por meio da participação dos diferentes atores nos colegiados.
Assim, o Grêmio Estudantil torna-se uma das primeiras oportunidades que os jovens têm de participar da sociedade democrática. Com o Grêmio, os alunos têm voz na administração da escola, apresentando suas ideias e opiniões.
E quando Grêmio e direção se apoiam, a caminhada se torna mais agradável. É o que pensa Vinícius Resende Cardoso, atual vice-presidente do Grêmio Pensar, Opinar e Progredir (POP), da EE Augusto de Oliveira Jordão. “A diretora e os professores estão sempre ajudando a gente. E a ajuda deles é essencial, pois nas reuniões surgem muitas ideias. Ali, com eles, eu me sinto muito confortável”, diz o aluno.
Embora a Jordão seja reconhecida por sempre ser uma unidade com gremistas protagonistas, ainda não foi realizado o processo eleitoral da escola. Vinícius explica que tudo já está acertado, e que nessas eleições sairá com chapa própria, e como presidente. “Nossa chapa tem alunos da manhã que vão de tarde, de noite e ajudam os professores com algumas atividades. Por exemplo, precisam de ajuda num vídeo, no intervalo, os alunos estão lá. Eles levam violão, ajudam a organizar várias coisas, entregam livros, apostilas, e mais outras coisas”, ilustra Vinícius.
Desde 2015, a Educação indica um Calendário Unificado para o Processo Eleitoral da diretoria representante dos Grêmios Estudantis em todo o Estado de São Paulo. No entanto, as escolas ficam livres para realizar as eleições no melhor momento para a unidade.
Após esse processo, a escola deve acessar o link do formulário de pesquisa, que permitirá ao órgão central acompanhar como se desenrolou o processo eleitoral e conhecer as novas diretorias gremistas de todas as unidades.
Todas as escolas devem responder as questionário, até o dia 5 de maio, mesmo que, por alguma razão, ainda não tenham concluído o processo eleitoral da diretoria representante dos grêmios, estes terão, no corpo da pesquisa, oportunidade de justificar a não realização do processo.
As informações do formulário serão analisadas sem que a Diretoria Regional tenha acesso às respostas de suas escolas.
