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terça-feira, 07/08/2007
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Vinte ex-alunos de Escola Estadual da Capital passam no vestibular da USP

A Escola Estadual Andronico de Mello, zona oeste da Capital (DE Centro-Oeste), tem motivos de sobra para comemorar o desempenho de ex-alunos no Vestibular 2007 da USP: vinte garantiram vaga […]

A Escola Estadual Andronico de Mello, zona oeste da Capital (DE Centro-Oeste), tem motivos de sobra para comemorar o desempenho de ex-alunos no Vestibular 2007 da USP: vinte garantiram vaga na instituição de ensino superior que está entre as mais concorridas do País. Só este ano, 2.719 alunos de escolas públicas garantiram vagas nos cursos oferecidos pela Universidade. Desse total, 1.511 saíram de escolas estaduais paulistas.

A estudante Camila Rabelo Ogasawara, de 19 anos, é um bom exemplo. Aluna da Andronico de Mello de 2003 a 2005, conta que sempre estudou em escola pública, incluindo o cursinho preparatório para enfrentar a vestibular. O resultado não poderia ter sido melhor: foi aprovada na USP (Letras) e também na Unesp e Unifesp (Ciências Sociais). Optou pelo curso de Letras. “Eu também pensava que não tinha chance, mas me esforcei ao máximo e consegui”, diz Camila.

Sobre a chance que os alunos de escolas públicas têm ao enfrentar um vestibular concorrido como o da USP, a estudante é taxativa. “Depende mais do esforço da pessoa do que propriamente do lugar em que ela estuda. Quem vem de escola pública e se esforça bastante tem a mesma chance que uma pessoa de escola particular de passar”.

Jorzino da Cruz Neto, de 24 anos, aluno da Andronico de Mello entre 97 e 99, admite que também acreditava ter menos chances de entrar na USP até conquistar este ano uma vaga no curso de Licenciatura em Geociências e Educação Ambiental. “Tentei, consegui, e vi que temos as mesmas oportunidades. Devemos agarrá-las. Foi o que eu fiz”, conta Jorzino.

União e interesse

Para a diretora da unidade escolar, Solange Ferrari, não há fórmula mágica. “O diferencial desta escola é o corpo docente empenhado, comprometido e sempre preocupado em preparar os alunos para o vestibular. Nossos alunos também são bastante interessados, e já buscam a escola por conta desse diferencial”, destaca Solange.

Para quem sonha com os mesmos resultados, a diretora dá a dica. “Não podemos desistir. Temos de buscar uma educação de qualidade. Apesar dos tropeços e das dificuldades, temos de acreditar que a educação ainda é algo primordial. E, para isso, ter uma equipe unida e integrada é fundamental. É preciso ter espírito de equipe. Sem isso, não conseguimos nada”, ensina.

Embaixadores da USP

Para mostrar que o ingresso em uma universidade pública não é privilégio de poucos, onze dos vintes alunos da Andronico de Mello visitaram a escola nesta segunda-feira, dia 6, dentro do Programa “Embaixadores da USP”. A idéia é desmistificar que o acesso à USP é impossível para os alunos da rede pública. A visita foi acompanhada de perto pela secretária de Estado da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, pela reitora da USP, Suely Vilela, e por educadores da Secretaria e da Universidade. “Tenho certeza de que a equipe desta escola tem trabalhado muito. A rede pública tem muitos projetos importantes e de qualidade. Eles precisam, agora, se tornar realidade em todas as unidades do Estado de São Paulo”, disse a secretária.

Embaixadores do futuro

Quem ainda está nos últimos anos do ensino médio não esconde o entusiasmo por ver que é possível chegar à USP. Paulo Henrique Nascimento Silva, 16 anos, aluno do 2º ano do ensino médio da Andronico de Mello , é um deles. “Se você tem o incentivo da família, sua cabeça é diferente. Se estudar, se esforçar bastante e acreditar em si, com certeza você passa. Espero que os professores também busquem, cada vez mais, despertar o interesse dos alunos.”

Outro aluno da escola, Renato Alexsandro Moreira da Silva, de 17 anos, também cursando o 2º ano do ensino médio, acredita que nenhuma oportunidade deve ser desperdiçada. “Quem se esforça consegue chegar ao seu objetivo. Não dá só pra pensar em brincadeira. Temos de aproveitar as oportunidades que nossos pais não tiveram, o número maior de escolas, e o acesso mais fácil. Meus pais, por exemplo, contam que apanhavam dos professores. Hoje não. O professor tenta conversar e entender o aluno”, conta Renato.

Celso Bandarra