Programa deve aliar interesses pedagógicos e artísticos, e os filmes devem permitir atividades pedagógicas com os temas Cidadania e Ética
Utilizar o cinema como fonte de debates críticos e criativos sobre questões relevantes para a formação de estudantes do ensino fundamental e médio. Este é o principal objetivo do Programa Cine-Educação, lançado pela Fundação MAPFRE Brasil e Cinemateca Brasileira para capacitar professores da rede pública.
O assunto foi discutido durante um seminário realizado no auditório da Cinemateca Brasileira, e contou com a participação de professores, dirigentes de ensino e profissionais que trabalham o uso de linguagem audiovisual na melhoria da Educação, reuniu ainda assistentes técnico pedagógicos ( ATPs) e dois professores que atuam no programa Cine-Educação nas escolas das Diretorias de Ensino Centro, Centro Oeste, Centro Sul, Leste 1, Leste 4 e Leste 5.
A cerimônia de encerramento nesta quinta-feira, dia 6, teve a participação da secretária adjunta de Estado da Educação, Carmem Annunziato.
Sobre o Programa Cine-Educação
Lançado em agosto de 2005, prevê a utilização do cinema como fonte de debates críticos e criativos sobre questões relevantes para a formação de estudantes do ensino fundamental e médio. Trata-se de iniciativa pioneira que pretende, a longo prazo, atingir mais de dois milhões de alunos e professores da rede de ensino público fundamental e médio da Grande São Paulo.
A idéia é ampliar o acesso a conteúdos audiovisuais de qualidade e propiciar a experiência social de ir ao cinema, além de formar público por meio de informações sobre filmes e linguagem cinematográfica, e ainda, contribuir para a formação do cidadão por meio da filmografia.
O projeto, desenvolvido pela seguradora Mapfre com o apoio da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo e o Ministério da Cultura , tem como público-alvo cerca de 2,2 milhões de alunos da rede pública estadual de São Paulo, da 1ª série do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, além de atingir, de forma indireta, pais e demais familiares.
Como funciona
Não há custos diretos a Secretaria de Estado da Educação. A Mapfre cobre os custos do transporte dos alunos e professores até a sede de Cinemateca, que por sua vez fica responsável pelo local, sala e exibição. O trabalho pedagógico é realizado pela Secretaria e por colaboradores da Mapfre.
Os parceiros
Cinemateca Brasileira – A entidade possui o maior acervo de coleções de filmes da América Latina, e surgiu a partir da criação do Clube de Cinema de São Paulo, em 1940. Os fundadores eram jovens estudantes do curso de Filosofia da USP, entre eles, Paulo Emílio Salles Gomes, Francisco Luiz de Almeida Salles, Décio de Almeida Prado e Antonio Candido de Mello e Souza. O Clube foi fechado em seguida pela polícia do Estado Novo, e após várias tentativas de organizar cineclubes, foi inaugurado o segundo Clube de Cinema de São Paulo. Em 1956, a Filmoteca do MAM foi transformada na Cinemateca Brasileira, uma das primeiras instituições de arquivos de filmes a filiar-se a FIAF – Fédération Internationale des Archives du Film. Em 1984, a Cinemateca foi incorporada ao governo federal como um órgão do Ministério de Educação e Cultura (MEC) e hoje está ligada à Secretaria do Audiovisual.
A mudança da sede para o espaço do antigo Matadouro Municipal, cedido pela Prefeitura da cidade, ocorreu em 1988. Seus edifícios históricos, inaugurados no século XIX, foram tombados pelo Condephaat – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo – e restaurados pela entidade.
Mapfre – A MAPFRE Seguros no Brasil faz parte do maior grupo segurador da Espanha e investidor da América Latina com atuação em 39 países e que desenvolve atividades de seguros, resseguros, financeiras, imobiliárias e de serviços. A empresa ocupa o primeiro posto no ranking de grupos seguradores no mercado espanhol, sendo o grupo segurador mundial com maior presença na América Latina, integrado por 248 empresas, sendo 101 situadas na Espanha e 147 em outros países.
Na telona
A programação inicial do Cine-Educação, no segundo semestre do ano passado, teve o premiado filme “Narradores de Javé” – produção nacional com José Dumont, Nelson Dantas, Nelson Xavier e Matheus Nachtergaele e direção de Eliane Caffé. O longa foi escolhido porque permite o desenvolvimento de atividades pedagógicas relacionadas aos temas cidadania e ética – principais tópicos transversais definidos pelo Ministério da Educação (MEC).
O programa em números
Do início do Cine-Educação até agora foram atendidos 17.005 alunos de 219 escolas. Além disso, 466 professores passaram por 126 horas de capacitação. Foram realizadas ainda capacitações de professores e foram realizadas 205 sessões de cinema com os filmes “Narradores de Javé” e “Marvada Carne”.
Mais sobre o Cine-Educação
O programa deve aliar interesses pedagógicos e artísticos, e os filmes devem permitir atividades pedagógicas com os temas Cidadania e Ética. As atividades pedagógicas são conduzidas pelas escolas e professores da rede pública, com suporte da equipe do projeto sob a orientação da Secretaria de Estado da Educação. Cabe à Cinemateca Brasileira escolher os filmes nacionais em conjunto com a Secretaria.
Só este ano já foram realizadas 12 capacitações, totalizando 84 horas/aula para professores e coordenadores pedagógicos da Secretaria. Ao mesmo tempo, as 110 escolas participantes de 110 sessões de cinema levaram 8.859 alunos ao cinema. A meta, até o final do ano, é atender 169 professores e 6.750 alunos de seis Diretorias de Ensino.