Ingrid Tayná Jardim de Brito Orbelli, de 19 anos de idade, aluna da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Jardim Bopeva, localizada em Praia Grande, conquistou a medalha de prata na 4ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática em Libras (OBMLibras). A estudante surda foi a única representante da rede pública e regular, não bilingue, a subir no pódio e levar uma medalha para casa.
“Isso foi motivo de grande alegria para todos nós”, afirmou Ana Claudia Salomão, professora de matemática da Escola Estadual Jardim Bopeva. Na unidade, Ingrid é assistida por uma intérprete desde o seu ingresso na instituição. A equipe de professores, com a ajuda da intérprete, adapta o currículo para garantir a aprendizagem da aluna.
Além das aulas regulares, a estudante também recebe tutorias de matemática focadas na OBMLibras, juntamente com outros alunos surdos, para a resolução de questões e provas das edições anteriores. “Com a adaptação das aulas por essa escola, eu comecei a estudar do jeito certo, com a mesma disciplina dos alunos ouvintes. Hoje eu sou feliz, eu respondo tudo”, escreve a aluna sobre sua história até chegar à conquista.
Este é o terceiro ano da escola de Praia Grande na competição. Em 2023, primeiro ano da Ingrid na escola, a inscrição da aluna foi garantida pela equipe da unidade de ensino e, desde então, ela marca presença na Olimpíada, trilhando um caminho com foco e determinação até a conquista da medalha de prata, no último mês de setembro.

Olimpíada Brasileira de Matemática em Libras
A competição é totalmente adaptada para alunos surdos, com questões em PDF e em vídeo e conta com uma intérprete de Libras fazendo as perguntas. A edição de 2025 foi organizada em duas fases: a primeira etapa aconteceu no dia 10 de setembro e contou com dez questões de múltipla escolha e a segunda fase, realizada no dia 17 de setembro, contou com duas questões dissertativas (com itens a e b) além de um vídeo, de até três minutos, explicando as estratégias de resolução de cada questão.
Inclusão na rede estadual
A inclusão dos alunos com deficiência auditiva nas escolas estaduais de SP é garantida por meio do trabalho dos professores interlocutores de Libras, dos professores de Atendimento Educacional Especializado, do uso de recursos pedagógicos inclusivos e de tecnologias assistivas em todos os espaços escolares. A presença do professor interlocutor de Libras é assegurada a todos os estudantes surdos ou com deficiência auditiva que necessitam desse apoio, com contratações realizadas conforme a demanda das unidades de ensino.
