Um curso de robótica, aplicado na E.E. Santo Dias, em São Paulo, tem aproximado, de forma interativa, os alunos das disciplinas de exatas. A ideia surgiu depois que professores e alguns alunos participaram das aulas de Pré-Iniciação Científica da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Secretaria da Educação. “Pensamos em estender, ainda mais, as oportunidades aos estudantes que não estiveram na Pré-iniciação”, afirma o professor de química Luís Tadeu Juvenal, um dos idealizadores do curso de robótica dentro da escola. “O conhecimento precisa ser repassado. Por isso, mais que ensinar, queríamos que eles se tornassem agentes multiplicadores”, conta.
É um trabalho contínuo. Quem teve a oportunidade de aprender no semestre anterior, atua como professor no seguinte e assim por diante. Hoje, a escola Santo Dias já conta com um pequeno laboratório de robótica equipado com computadores e materiais para construção de projetos. Os alunos trabalham com dois tipos, o arduíno – uma plataforma de prototipagem eletrônica – e as placas modulares da Lego®. “Sinto uma satisfação pessoal em fazer parte disso. Nossos estudantes, aos poucos, estão conseguindo se transformar e mudar uma realidade”, avalia o professor.
Luís Tadeu Juvenal e o professor de física Clayton Ferreira dos Santos, também autor do projeto de robótica, trabalham em conjunto para despertar a atenção dos estudantes para a área de exatas. “É crescente o número de alunos que nos procura querendo fazer parte”, conta Santos.
Para que os estudantes foquem e vejam o resultado do esforço, foi criada uma espécie de olimpíada de robótica com a apresentação de diferentes projetos ao final do semestre. Já foram feitos, por exemplo, carrinhos-plataforma e robô sumo com sensores. “Ao vermos isso e o interesse dos alunos em ingressar na faculdade de exatas, temos o sentimento de contribuição e de transformação social”, revela.
Apesar de ser recente, o projeto que está na terceira turma já rendeu frutos. O ex-aluno João Pedro Milagres, de 18 anos, acaba de ingressar no curso de Construção de Edifício na Fatec. “Foi bastante desafiador participar desse projeto e ele contribuiu para meu raciocínio lógico”, reconhece. “Até então, achava que ia me dar melhor em humanas, mas fui mergulhando na área de exatas até chegar à escolha do meu curso”. João fez parte da primeira turma do curso, que aprendeu o ofício com os professores Tadeu e Clayton. Em seguida, se tornou um multiplicador. “Sou uma pessoa tímida e o fato de ter que explicar aos meus colegas, me ajudou. Acho que me deu autonomia como pessoa”.
