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quinta-feira, 17/09/2015
Pais e Alunos

Dança Contemporânea transforma a vida de alunos da capital

A atividade mudou para melhor o comportamento dos estudantes, além de quebrar preconceitos

“Que horas é o ensaio de dança?” é a pergunta mais escutada na E.E. Maria de Lourdes Vieira, localizada na zona leste da capital. Tanto para meninas quanto para meninos, as aulas de dança contemporânea fazem sucesso com a garotada. A escola possui uma sala adaptada para a atividade e alunos de 11 a 18 anos participam. Isso fez com que os jovens trocassem suas rotinas e seus sonhos. “Eu sonho em virar um bailarino profissional e tentar explorar todo tipo de lugar onde eu possa mudar as pessoas”, diz Felipe Santos Almeida.

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Em 2005 o professor de educação física Marcos Ramos da Costa resolveu propor uma manifestação artística dentro da sala de aula, trouxe a ginástica rítmica e estimulou o interesse das crianças. As turmas foram crescendo cada vez mais. Muitos alunos que não tinham contato com a dança começaram a ser estimulados por uma nova cultura.

“Eu acho a arte importante para qualquer pessoa, de qualquer idade, principalmente para o jovem da periferia. Acaba sendo o único contato que eles têm com essa manifestação artística, já que estão na escola. Muitos deles nunca tinham entrado num teatro. Tenho certeza que muitos deles vão fazer sucesso, independente da dança, mas por meio da dança”, diz Sheila Ferreira de Lima, professora de geografia.

Para a professora de filosofia e dança contemporânea, Michele Fusco da Costa, esse tipo de arte é de extrema importância para formação do cidadão. “A dança para o jovem é vista como a compreensão do seu corpo. A sociedade cria muito estereotipo no mundo lá fora. A dança pode trazer esse aspecto para dentro da escola, dessa construção. Pensamos a dança não como algo tradicional e sim como um instrumento de educação para essas crianças. A arte poder levar algo a mais do que o entorno permite”.

A atividade mudou também não só os sonhos, mas também o comportamento de muitos alunos. “Antes da dança eu era muito agressivo e desobediente na sala e em casa, não escutava quase ninguém, só fazia coisa errada. Minha mãe sempre era chamada na diretoria da escola. Depois eu comecei a dançar e acho que melhorei, diz Amós Barbosa Silva, aluno da E.E. Maria de Lourdes Vieira. 

Amós também ressalta que no início não foi fácil devido a discrimação. “Sofri preconceito também. Me chamavam de bichinha. Mas não me importei. Eu queria mesmo era dançar”, se orgulha.

“Logo que comecei  dançar, muitos amigos começaram a zoar por eu ser menino, mas eu ignorei. Não importa o preconceito. O importante é o que eu quero e o que eu gosto”, rebate Vagner Richard Ribeiro Pessoa, monitor voluntário do projeto.

O projeto conta com a ajuda de ex-alunos que se tornaram multiplicadores. “Eu nem sabia o que era ginástica rítmica. Eu entrei mais pela amizade e acabei gostando. O que fizeram por mim e o que a escola faz na dança pelos jovens é muito grande. Isso modifica muito no que cada aluno vai seguir”, se emociona Joelma Souza, bailarina e monitora voluntária do projeto.

O projeto recebeu o nome de Instituto Pescadores de Ilusões, pois os alunos participaram de um festival de dança com uma música homônima concorrendo com outras renomadas escolas de dança. Saíram de lá vencedores, assim como são a cada dia de aula de dança na escola.