Diretoria de Ensino de São José do Rio Preto é exemplo de sucesso no trabalho que vem realizando sobre a gravidez precoce
A gravidez precoce é um dos temas que mais se destaca nas pesquisas realizadas com jovens. Tanto nos levantamentos feitos pela UNESCO ou mesmo pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, o tema sempre aparece como uma questão preocupante. Uma das provas disso é o trabalho que o Centro de Excelência de Atendimento ao Professor vem realizando.
Através do recebimento de questões sobre vários assuntos relativos ao comportamento do jovem, é possível não apenas esclarecer o educador, mas também detectar os principais problemas enfrentados no universo escolar e, com isso, traçar e aperfeiçoar projetos que visem diminuir estes índices.
As dúvidas mais freqüentes enviadas pelos professores são referentes à sexualidade e à gravidez na adolescência.As principais: sugestões para trabalhar a orientação sexual na escola; trabalhar a educação preventiva com jovens de 13 anos que já vivem experiências sexuais; como a escola deve ajudar a diminuir estes índices; como evitar a gravidez precoce e lidar com a aluna gestante.
Entre outras questões também abordadas estão: alunos portadores de necessidades especiais, dificuldade de aprendizagem, drogas, ocorrências e indisciplina.
Já na pesquisa realizada pela UNESCO, feita em 26 Estados brasileiros, dos jovens de 15 a 17 anos que estão fora da escola, 56% são meninas.
No apontamento das principais causas que levam estes jovens a saírem da escola, está a necessidade de trabalhar, dificuldade de aprendizado e mais uma vez a ‘gravidez não planejada’.
Baseado nos constantes estudos sobre o assunto, a Secretaria de Educação ressalta a sua preocupação em conseguir mudar esta realidade, através do aprimoramento constante do programa ‘Prevenção Também se Ensina’ e da responsabilidade de orientação da escola como um todo e não apenas dos professores.
Exemplo de sucesso
A Diretoria de Ensino de São José do Rio Preto sabe muito bem como trabalhar a questão da gravidez precoce com suas seis escolas estaduais, participantes do projeto piloto sobre sexualidade no ano passado. São elas: EE Nair Santos Cunha; EE Bento Abelaira Gomes; EE Bento Abelaira Gomes; EE Darcy Federici Pacheco; CEFAM Lucilia Ferrari; EE Cardeal Leme; EE Leonor Carramona (EJA).
Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e o ‘Prevenção Também Se Ensina’, os 3,8 mil alunos destas escolas preencheram um questionário com 30 itens.
O material continha perguntas relativas à vida sexual ativa, uso freqüente do preservativo nas relações ou apenas em algumas ocasiões, e por que não usa, etc.
O resultado da pesquisa, que é totalmente sigiloso e não identifica o aluno, é usado pelos professores nas reuniões para que possam conversar com os familiares e fazer, com isso, um trabalho de conscientização e reflexão.
Vale lembrar que o trabalho é totalmente desenvolvido com o apoio do Conselho Tutelar e da Vara da Infância e Juventude da cidade.
Os assistentes técnicos pedagógicos de Ciências, Sônia Regina Palin e Onélia Garcia, coordenam todas as oficinas pedagógicas e dinâmicas sobre “sexo protegido”, direcionadas aos professores das escolas pilotos.
“As unidades são autorizadas a ter em seus estoques preservativos disponíveis para a doação com orientação e não apenas a distribuição sem limite do material”, afirmou Sônia.
A Diretoria de São José do Rio Preto pretende transformar o resultado deste projeto em uma pesquisa. Através dos documentos de licença gestante de alunas adolescentes que estão grávidas, as educadoras irão tabular os resultados dos últimos anos para constatarem se o índice diminuiu, aumentou ou oscilou.
“Através deste resultado poderemos trabalhar com mais eficiência em cada uma de nossas escolas”, ressaltou animada a professora.
Prevenção Também Se Ensina
Propiciar o fortalecimento da personalidade do jovem, para que faça escolhas mais saudáveis na vivência plena da sua sexualidade, assim é o ‘Prevenção Também se Ensina’, programa executado pela Secretaria de Estado da Educação nas escolas da rede pública estadual de ensino desde 1996.
Esta iniciativa, que conta com o apoio do Programa Estadual DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde, é voltada para a promoção da cidadania saudável e a redução da vulnerabilidade da comunidade escolar em relação ao uso indevido de drogas, às DSTs/Aids e à gravidez precoce.
Cerca de 4,7 milhões de alunos da rede estadual de ensino fundamental (Ciclo II) e médio são orientados, de maneira interdisciplinar e por meio de atividades extracurriculares, sobre os vários temas que envolvem o universo da sexualidade.
Paola Martins
