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segunda-feira, 27/08/2018
Boas Práticas

Na capital, ‘Cinema para cegos’ provoca empatia e inclusão de alunos

Projeto da E.E. Octalles Marcondes Ferreira faz o jovem se colocar no lugar do deficiente visual

Promover a inclusão de pessoas com deficiência visual é uma das responsabilidades das escolas da rede estadual de ensino. Na zona Sul da capital paulista, por exemplo, a E.E. Octalles Marcondes Ferreira é reconhecida pelo projeto “Cinema para cegos”.

Com intuito de fazer com que os alunos se coloquem no lugar do próximo, os professores montaram um ambiente com sistema de som, sala escura, pipoca e muito mais. O diferencial, é claro, está na ausência da tela de cinema.

De acordo com o idealizador do projeto e professor de Matemática, Jucélio Antônio, a ideia surgiu a partir da necessidade de sensibilizar os outros sentidos dos alunos, como o tato, e fazê-los perceber como é ser uma pessoa cega.

Para isso, eles trabalham com montagens, cenários, vozes e guia para construir diferente situações. “Medo de percorrer o caminho, parar na fila, pedir informação. Tudo isso tem que confiar em alguém a guiando”, explica o docente.

Em muitos casos, as pessoas deixam de oferecer ajuda porque simplesmente não entendem ou desconhecem a dificuldade do outro. Projetos como esse, dessa forma, dão a chance de conviver com realidades diferentes das que estão acostumados.

“Estar na pele é uma vivência que dá outro entendimento aos alunos”, conta Fátima Freitas de Alencar, também idealizadora do projeto e professora de Língua Portuguesa.

O projeto “Cinema para cegos” colaborou para que os alunos começassem a trabalhar em equipe, o que aflorou a solidariedade e o cuidar do próximo. No fim, todos aprenderam que se cada um fizer sua parte é mais fácil superar os obstáculos para a construção de um mundo mais justo.

“Um dia eu posso encontrar uma pessoa necessitada na rua, um cego, e vou poder ajudar, pois eu recebi um treinamento”, comenta a aluna Lays de Matos. “A gente não enxergava nada. Deu insegurança e a gente sentia até medo”, completa o jovem José Guilherme de Oliveira.