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sexta-feira, 12/08/2005
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Escola da Família completa dois anos com recorde de participações e redução da violência

As agressões caíram 46,5% e a incidência de porte de armas reduziu-se em 81%. No entorno das escolas, os índices de violência baixaram em 36% Nos dias de semana, a […]

As agressões caíram 46,5% e a incidência de porte de armas reduziu-se em 81%. No entorno das escolas, os índices de violência baixaram em 36%

Nos dias de semana, a escola é dos alunos, como qualquer escola em qualquer lugar. Nos fins-de-semana, a escola, em São Paulo, é dos alunos, das famílias e da comunidade. Uma idéia simples que está provocando uma revolução.

O Programa Escola da Família faz dois anos no dia 23. A partir de agosto de 2003, o começo da implantação, as 5.306 escolas da rede estadual de São Paulo passaram a abrir nos fins-de-semana para oferecer à comunidade e às famílias dos alunos atividades culturais, esportivas, de qualificação para o trabalho e de orientação de saúde. Um espaço público que ficava fechado aos sábados e domingos tornou-se útil e acolhedor também fora dos dias de aula.

O Escola da Família entra no terceiro ano batendo recordes de público, aceitação, participação voluntária e redução de índices de violência. Acumulou, nestes dois anos, mais de 140 milhões de participações múltiplas e atingiu a marca de 11 milhões de participações mensais. Este é o resultado do comprometimento de 5.306 educadores profissionais, 30 mil educadores universitários, mais de 40 mil voluntários, 5.306 diretores ou vice-diretores de escolas, 89 supervisores de ensino, 89 assistentes técnico-pedagógicos, 315 coordenadores de área e 89 dirigentes regionais de ensino.

O programa tem a cooperação técnica da Unesco e parcerias com o Instituto Ayrton Senna – responsável pelo Game SuperAção Jovem, que já chegou a mais de 2 mil escolas – e o Faça Parte, entidade que congrega, prepara e capacita voluntários, além de 335 instituições particulares de ensino euperior que integram o programa Bolsa Universidade.

Desde sua implantação, o programa tem o compromisso de ser abrangente e inclusivo, respeitando diferenças culturais, atendendo às necessidades locais e estimulando parcerias e soluções que surjam dos próprios participantes e suas comunidades. O programa é reconhecido por contribuir para reduzir drasticamente a violência dentro e nos arredores da escola, estimulando a cultura de paz; fortalecendo nas comunidades o sentimento de pertencimento em relação ao espaço escolar, a auto-estima e a identidade cultural da população.

Redução da Violência

Depois da implantação do programa, as ocorrências contra a pessoa e o patrimônio nas escolas de todo o Estado caíram 39,5%, segundo pesquisas da Secretaria de Estado da Educação. Houve redução de 46,5% nas agressões físicas e acima de 81% no porte de drogas. Na vizinhança das escolas, os índices gerais de violência foram reduzidos em 36%.

Um exemplo é a Escola Estadual Profº Celso Antônio, no município de Cajati, Vale do Ribeira. Ela já foi conhecida como escola-bomba: vasos sanitários explodidos, portão de entrada arrancado, vidros que nunca ficavam inteiros por muito tempo. Mas o Escola da Família conseguiu mudar essa história.

Os alunos ganharam um espaço para dançar, bater papo e aprender outras línguas como inglês e espanhol. Hoje, segundo o coordenador de área do Programa, Alexandre Pacheco de Matos, entre 350 e 400 alunos circulam pela escola aos sábados e domingos. “A realidade é quase 100% positiva em comparação ao passado. O Escola da Família conscientizou nossos meninos, eles manifestam carinho pela escola e pelo pessoal e dizem que agora são entendidos.”

Os dados das pesquisas confirmam que aumenta a preocupação e o cuidado da comunidade com as escolas em todo o Estado. Desde o começo do programa, as depredações caíram em 34,6%, as pichações em 35,3% e as invasões em 37,2%. Nas ocorrências contra a pessoa, a redução é ainda mais significativa: os furtos caíram 45,5% e o porte ilegal de arma, 38,1%.

Bolsa Universidade

Cerca de 335 instituições de ensino superior em todo o Estado fecharam parceria com a Secretaria de Estado da Educação para apoiar o programa Escola da Família por meio da Bolsa Universidade. Com isso, o programa pode contar com a atuação de 30 mil estudantes universitários em cada final de semana – todos ex-alunos da rede estadual de ensino, o pré-requisito para os candidatos à bolsa.

As parcerias garantem aos universitários 100% de gratuidade no custeio de seus cursos, sendo 50% da mensalidade paga pelo Estado (limitada a um teto de R$ 267,00/mês, renovável semestralmente) e o restante financiado pela própria faculdade. Os universitários ganham a bolsa, regressam à origem – a escola pública – e contribuem com seu empenho e dedicação para a comunidade local.

“Sem a bolsa, eu não poderia cursar uma faculdade. Teria que largar os estudos e trabalhar”, diz Rafael Claudino Ramires, que está no 2º ano do curso de Educação Física. Rafael, de 20 anos, participa do programa desde abril do ano passado dando aulas de caratê para alunos da Escola Estadual Missionário Manoel de Melo, em Itaquera.