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terça-feira, 02/12/2025
Destaque

Educação de SP recebe prêmio em congresso internacional por capacitar a rede pública para o acolhimento de famílias atípicas

O reconhecimento foi oferecido pelo 6º Congresso Internacional de Educação Parental que aconteceu na última semana de novembro

 

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) acaba de ser reconhecida como uma das instituições parceiras da educação parental no Brasil pelo 6º Congresso Internacional de Educação Parental, realizado no fim do mês de novembro na capital paulista. Com o objetivo de fortalecer a rede de profissionais da educação, saúde e demais áreas relacionadas ao tema, o congresso premia instituições com ações que fazem a diferença no fortalecimento da pauta. 

Este ano, o Estado de São Paulo foi reconhecido como a primeira rede pública a implementar, de forma estruturada e em larga escala, uma orientação sobre parentalidade, incluindo parentalidade atípica, voltada aos profissionais das escolas. A iniciativa qualificou 114 coordenadores pedagógicos das unidades regionais de ensino do estado, que atuaram como multiplicadores para melhorar o acolhimento das famílias, fortalecer vínculos e promover práticas inclusivas, sendo reconhecida pelo congresso como uma ação inovadora e transformadora.

O prêmio foi recebido pela responsável por liderar a implantação dos Projetos Estratégicos de Educação Especial, Ana Paula Oliveira, que representou o secretário da Educação, Renato Feder, no congresso. Em seu discurso, ela reforçou a importância do olhar para a parentalidade, sobretudo para as parentalidades atípicas, a fim de construir políticas de suporte para essas famílias: “A parentalidade atípica é uma revolução silenciosa: exige mais preparação, mais escuta e menos julgamento. Não nascemos prontos para “maternar”, mas podemos aprender. Como mãe atípica, esse aprendizado se tornou também a minha causa, e foi ele que me conduziu à liderança dos projetos de educação especial do Estado de São Paulo e à implementação do projeto de desenvolvimento em  parentalidade atípica para nossos profissionais. Receber este prêmio em nome do secretário, pelo lindo trabalho que fizemos com a Bernadette, reafirma que, quando a escola acolhe, a educação inteira se transforma”.

Bernadette Pereira Rodrigues, responsável pela formação dos coordenadores pedagógicos da rede estadual de ensino, é consultora técnica contratada pela Organização das Nações Unidas (Unesco). “Foi uma honra trabalhar temas relevantes e atuais para a educação parental. Obtivemos satisfação total dos participantes, que avaliaram a condução das oficinas e a utilidade das oficinas para seu trabalho”, conta Bernadette. 

O trabalho nas regiões

A atuação dos multiplicadores, no dia a dia, foi composta por estratégias de comunicação empática, manejo de comportamentos desafiadores, suporte na construção de disciplina positiva, inteligência emocional e práticas de acolhimento às famílias, especialmente às famílias atípicas. Esses profissionais replicam o conteúdo nas Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPC)reunião obrigatória para professores e coordenadores se dedicarem ao planejamento, discussão e análise de práticas pedagógicas — melhorando os fluxos de atendimento e reforçando a parceria família–escola.

Terezinha de Fátima Viotto Fernandes, é diretora da Escola Estadual Queiroz Filho Professor, localizada na cidade de Leme, na Unidade Regional de Ensino (URE) de Pirassununga, e participou das capacitações oferecidas pelos multiplicadores na região. “Essa formação é uma ótima iniciativa, o tema é rico e muitas vezes temos dificuldades de entender para ajudar os responsáveis”, relata a diretora. 

O Congresso

O Congresso Internacional de Educação Parental foi criado em 2020 por Ivana Moreira e Jacqueline Vilela com o objetivo de reforçar a qualidade da formação de educadores parentais e defender seu papel na sociedade. O evento é direcionado a profissionais como psicólogos, médicos, professores, pedagogos e cuidadores que atuam nas mais diversas áreas ajudando famílias a lidar com os desafios da criação de filhos. 

“A iniciativa do Estado de São Paulo é incrível porque ela levanta uma bandeira e diz que a parentalidade é um foco importante que precisa ser estudado, que precisa estar dentro do nosso escopo de trabalho e a gente precisa estar mais próximos dos pais para conseguir um melhor resultado na formação de crianças e adolescentes” reforça Ivana Moreira, co-fundadora do congresso. 

Desde 2022, diversos projetos são premiados e reconhecidos pela iniciativa a fim de reconhecer trabalhos relevantes para a educação parental. Assim como a Seduc-SP, outras iniciativas foram premiadas no evento, entre elas a de Aline Castro, uma das fundadoras da Somos Educação, e a de Alex Monteiro, fundador da Non Stop, agência de comunicação. Também foram premiados em edições anteriores ações como a da deputada federal Laura Carneiro, autora do projeto de lei da Parentalidade Positiva, sancionada em 2024, e a ONG de advocacy Family Talks, que teve papel de destaque na ampliação da licença paternidade e na tramitação da própria Lei da Parentalidade Positiva.