
Duas escolas da rede estadual paulista estão entre os participantes da sexta edição do Festival Día de Muertos, que acontece no Memorial da América Latina, na Barra Funda, em São Paulo. O evento, aberto ao público nos dias 1 e 2 e 8 e 9 de novembro, celebra uma das tradições mais marcantes da cultura mexicana com exposição de altares, apresentações artísticas e atividades culturais.
A Escola Estadual México, localizada na capital paulista, e a Escola Estadual Antônio Raposo Tavares, de Osasco, montaram altares dedicados a figuras femininas da América Latina. As duas iniciativas envolveram professores e estudantes do Centro de Estudos de Línguas (CEL), programa da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) que oferece aulas de idiomas para alunos da rede estadual.
Homenagens e integração cultural

O altar da EE México presta homenagem à jornalista Glória Maria, referência no jornalismo brasileiro, e à indígena mexicana Maria Sabina, curandeira e xamã do povo mazateca, que viveu na Sierra Mazateca, em Oaxaca. A professora Marcela Mahfuz, do CEL da unidade, coordenou o trabalho com o apoio das alunas Ângela Vitória Laís Silva Souza e Emanuelly Ferreira Laurindo.

Já a EE Antônio Raposo Tavares marca presença pela primeira vez como expositora no festival.
Segundo a professora Rosângela Maria de Moura, coordenadora do CEL da escola, a participação coroa seis anos de visitas dos estudantes ao festival, que sempre foram realizadas como atividade cultural e de imersão linguística.
“Faz seis anos que promovemos excursões para prestigiar o Día de Muertos. Este ano, fomos convidados a participar como expositores, o que é um grande reconhecimento”, afirmou Rosângela.
Mulheres negras e indígenas em destaque
Com o tema “Mulheres negras e indígenas da América Latina”, o altar da escola de Osasco também homenageia a jornalista brasileira Glória Maria. Cristina Calderón — etnógrafa, artesã e escritora chilena, considerada a última falante do idioma yagán — é a segunda mulher homenageada por estudantes de Osasco.
A montagem mobilizou professoras e alunas dos cursos de espanhol e inglês do CEL de Osasco. No total, seis profissionais participaram do projeto: a diretora Ivonete Dias Leite, a gestora pedagógica Rosângela Maria de Moura, as professoras de espanhol Daniela Cavalcanti Bezerra, Eva Cristina Andrade Modesto da Silva Esteves e Natália Prado Oliveira, além da professora de inglês Iris Munhos Lino. O CEL da unidade atende cerca de 700 alunos.

De acordo com Rosângela, o trabalho em sala de aula abordou temas como o empoderamento feminino, as biografias das homenageadas, a cultura indígena e negra, além de aspectos linguísticos e culturais ligados ao espanhol. “Os professores trabalharam narrativas, histórias de vida, verbos no pretérito, e as diferenças entre o Día de Muertos e o Halloween, explorando o significado do altar e seus elementos simbólicos”, explicou.
Voz dos estudantes
As alunas Ashley Nunes Furtuoso e Kessya Lauane Silva Figueiredo, de Osasco, destacam a importância pedagógica e cultural da participação no festival.
“Estudar o Día de Muertos é importante porque nos permite compreender melhor as tradições e crenças dos povos latino-americanos, valorizando a forma como cada cultura lida com a memória e o respeito aos que já partiram”, diz Ashley.
Kessya reforça o impacto da homenagem às mulheres latino-americanas: “Celebrar essas figuras é valorizar a cultura, fortalecer a identidade, dar visibilidade às lutas femininas, respeitar a diversidade e conectar o passado e o presente”.

Exposição
Os altares estão montados na Galeria Marta Traba, no Memorial da América Latina. Os dias de festa serão 1, 2, 8 e 9 de novembro. O espaço também receberá altares de outros grupos e instituições ligados à comunidade mexicana no Brasil.
Serviço
Altares de escolas estaduais no Festival Día de Muertos
Datas: 1, 2, 8 e 9 de novembro
Local: Memorial da América Latina
Endereço: avenida Mário de Andrade, 664, Barra Funda, São Paulo-SP (Acesso pelos portões 2, 8, 9, 13 e 15)
Entrada gratuita