O aumento das médias de língua portuguesa e de matemática no Ensino Médio é o destaque dos dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), cujas provas foram aplicadas em novembro de 2012. O avanço se reflete também nos números do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), que combina os resultados dessas duas disciplinas no Saresp com indicadores de aprovação, reprovação e abandono. No Ensino Médio, o Idesp aumentou de 1,78, em 2011, para 1,91, em 2012.
No Ensino Fundamental, os resultados do Saresp nos anos iniciais (1º ao 5º ano) consolidam a melhora em língua portuguesa observada nos últimos exames, desde a implantação, em 2007, do programa Ler e Escrever, voltado à alfabetização nesse nível de ensino. A variação positiva corresponde no Idesp ao crescimento de 4,24, em 2011, para 4,28, em 2012. No mesmo período, o índice passou de 2,57 para 2,50 nos anos finais do Ensino Fundamental.
Médias do Saresp
As médias em língua portuguesa no Saresp foram, respectivamente, 268,4 na 3ª série do Ensino Médio, 197,6 no 5º ano do Ensino Fundamental, e 227,8 no 9º ano do Ensino Fundamental.
Em matemática, as médias obtidas foram 270,4 na 3ª série do Ensino Médio, 207,6 no 5º ano do Ensino Fundamental e 242,3 no 9º ano.
As tabelas a seguir demonstram a distribuição dos alunos nos diferentes níveis de proficiência em língua portuguesa e matemática, no 5º e no 9º ano do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio.
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, houve aumento nos percentuais de alunos que se encontram nos níveis adequado e avançado em língua portuguesa.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, houve um aumento do percentual de estudantes que se encontram no nível básico em língua portuguesa.
Na 3ª série do Ensino Médio, em língua portuguesa, houve um significativo aumento de alunos que se encontram no nível adequado de proficiência, assim como uma queda do percentual abaixo do básico.
Os quadros abaixo apresentam os dados de matemática.
Houve um pequeno aumento do percentual de alunos que alcançaram o nível de proficiência avançado no 5º ano do Ensino Fundamental, assim como uma queda nos níveis básico e adequado.
No 9º ano do Ensino Fundamental, os percentuais de estudantes nos níveis adequado e avançado praticamente se mantiveram.
No Ensino Médio, os percentuais de alunos da 3ª série que se encontram nos níveis de proficiência básico e adequado em matemática aumentaram.
A expectativa é que os indicadores melhorem com a ampliação da Avaliação da Aprendizagem em Processo. Ampliado neste ano para todos os anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental e para as três séries do Ensino Médio, esse procedimento pedagógico tem como objetivo avaliar os alunos em língua portuguesa e matemática para diagnosticar eventuais dificuldades de aprendizado e agir pontualmente para resolvê-las. Nos anos anteriores, essa avaliação era voltada apenas para os estudantes dos 6º e 7º anos do Ensino Fundamental e das 1ª e 2ª séries do Ensino Médio. Em todo o Estado, 4.181 escolas da rede devem participar da iniciativa, que também serve de subsídio às equipes gestoras e aos docentes das unidades escolares para o planejamento pedagógico.
Os resultados da avaliação em processo também são ferramentas para nortear a recuperação do aprendizado por meio da atuação dos professores-auxiliares, que podem dar suporte aos docentes titulares na assistência a alunos dos ensinos Fundamental e Médio, em uma modalidade contínua de recuperação. No ano passado, mais de 22 mil professores-auxiliares atuaram no atendimento às diversas características e ritmos de aprendizagem, a fim de melhorar o desempenho dos estudantes.
Ações pedagógicas
Entre as medidas que merecem destaque, está a reformulação da matriz curricular do Ensino Médio e dos anos finais do Ensino Fundamental, implantada em 2012.
Outra iniciativa foi a ampliação, para a matemática, do programa Ler e Escrever, que em sua primeira fase teve como foco a leitura e a escrita nos anos iniciais (1º ao 5º ano) do Ensino Fundamental. A ação Educação Matemática nos Anos Iniciais (Emai) começou a ser desenvolvida em 2012 com a formação do grupo de referência com representantes em duas frentes: elaboração de material e formação.
Desde o ano passado, houve a discussão do currículo, elaboração de material de apoio, oito encontros formativos de polos das 91 diretorias regionais de ensino e abertura de curso de formação para 450 professores-coordenadores – com dois de oito módulos já realizados. Até 2014, as ações terão atingido 263 professores-coordenadores de núcleos pedagógicos de anos iniciais, 91 especialistas em matemática, 1.850 professores-coordenadores, 200 supervisores de ensino e mais de 24 mil professores.
Além disso, o Governo de São Paulo ampliou neste ano a oferta de cursos técnicos para os 645 municípios do Estado por meio do programa Vence. Serão mais 23.572 vagas.
Vale ressaltar ainda a ampliação do novo modelo de escola de tempo integral. Iniciado em 2012 em 16 escolas de Ensino Médio, o programa foi ampliado neste ano para outras 53 unidades, inclusive no ciclo II (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental. O novo modelo é implantado mediante adesão, a partir de consulta feita a escolas pré-selecionadas. Os critérios de seleção incluem os níveis de ensino oferecidos (ciclo II do Fundamental e Médio), não ser a única na cidade, não ser compartilhada com unidades municipais e possuir número mínimo de salas de aula, além de espaço físico adequado para a implantação de instalações específicas.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo realiza atualmente a consulta a 155 escolas estaduais pré-selecionadas para integrar o novo modelo de escola de tempo integral a partir de 2014. Os conselhos escolares dessas unidades, localizadas em 88 municípios paulistas, deverão decidir até o próximo dia 13 se vão aderir ao programa.