Afirmar que tecnologia e ensino são grandes e inseparáveis aliados é quase consenso nos dias de hoje. Cada vez mais, a Secretaria de Estado da Educação busca trazer novidades para tornar o aprendizado mais dinâmico e próximo da realidade dos jovens.
Uma dessas medidas é a “V Mostra Virtual Mediação & Linguagem 2018”, que funciona como uma apresentação de trabalhos audiovisuais por meio de videoconferência. A iniciativa, que acontece em todo território paulista nos dias 17 e 18 de outubro, reúne trabalhos elaborados por professores e alunos do Ensino Fundamental e Médio a partir da reprodução de uma obra de literatura.
Seja um poema, um conto ou um romance, o intuito é fazer com que eles desenvolvam roteiros em duas categorias: um vídeo em curta-metragem (ou uma animação) ou uma radionovela em formato de podcast. Ambos projetos devem retratar uma cena do título escolhido e seguir alguns critérios estabelecidos pela Mostra.
De acordo com Angela Baltieri, técnica da equipe curricular do CEGEB, apesar de ser mais voltado para professores de Língua Portuguesa e das Salas de Leitura, muitos docentes de outras disciplinas também ajudam no projeto. “Não se trata de um concurso, é uma motivação para melhorar o trabalho de leitura. Todos ganham com o desenvolvimento”, explica.
Seleção
Quando finalizadas, as produções são encaminhadas à Diretoria de Ensino, que selecionará um vídeo/animação e uma radionovela para representar a região. Em seguida, é feita uma divisão entre 16 polos pelo Estado para fazer a escolha de qual projeto será apresentado na mostra.
“A cada ano tem mais adesão e está se tornando uma cultura para as escolas. Percebemos também uma melhoria muito grande na técnica das produções. Os alunos são os protagonistas e os professores estão ali para mediar a linguagem”, afirma a professora de Língua Portuguesa da CEGEB, Mara Lúcia David.
No final, portanto, serão eleitos 32 projetos divididos em duas categorias e apresentados em outubro durante uma videoconferência. No dia 17, acontece a exibição dos vídeos curta-metragem e das animações. No dia seguinte, é a vez dos materiais de áudio. Todos eles com até um minuto de duração.
Um jeito diferente de aprender
Para realizar esses conteúdos audiovisuais, alunos e professores contam com a ajuda voluntária do especialista em educação para mídia, Gilberto Caron. A ideia é trazer a técnica de produção para auxiliar no desenvolvimento dos projetos e transformar a linguagem literária em linguagem cinematográfica.
“Neste trabalho, temos a possibilidade de criar uma atividade após a leitura que não seja um resumo daquilo que se leu. É uma atividade prazerosa que todo mundo gosta de fazer”, comenta Caron. Segundo ele, trata-se de compartilhar exercícios e não avaliar qual está melhor ou qual está mais elaborado.
“Assim nós conseguimos incentivar os alunos em outros processos, como interpretação e compreensão dos textos. Além disso, promovemos o desenvolvimento de habilidades que estão previstas no currículo do Estado de São Paulo”, ressalta Cândido José dos Santos, dirigente regional de ensino de Fernandópolis, um dos municípios que participou da Mostra do ano passado.
Desde 2014, a iniciativa é uma maneira bastante efetiva de mostrar que a rede estadual de ensino paulista não pode mais se privar de utilizar a tecnologia como um mecanismo de aprendizado. Ainda, é fundamental para que os alunos se interessem mais por literatura e elaborem conteúdos em cima da sua experiência com a leitura das obras.