Interagir. Este é o verbo mais conjugado na E.E. Professor João Cruz, no município de Jacareí, onde acessar a rede social Facebook conta pontos na média final das disciplinas de língua portuguesa e matemática.
A cada bimestre, os alunos precisam responder seis atividades que estendem na rede social o conteúdo do Caderno Aluno. As questões são disponibilizadas em grupos de discussões – ou Facegrupos, como são chamados na escola – restritos ao 9º ano do Ensino Fundamental ou séries do Ensino Médio.
Maria Piedade Teodoro da Silva, professora de língua portuguesa, é a responsável por publicar as tarefas e delimitar um tempo hábil ao retorno dos estudantes. Tudo é feito ali mesmo, na internet, espaço liberado para pesquisas em qualquer site com referências bibliográficas seguras.
A professora enxergou no ambiente dominado pelos estudantes uma oportunidade de promover conhecimento. “Quando percebi que todos estavam presentes no Facebook, pensei em agregar ao que era só entretenimento uma atmosfera favorável ao estudo”.
Há dois anos, a educadora usa a ferramenta virtual nas aulas. A ação é desenvolvida na sala do Acessa Escola da unidade. “O Acessa Escola é um aliado da educação por transportar os alunos para um mundo com informação ilimitada. Responder as questões é sempre um momento intenso de troca. Eles conversam por meio dos chats e pessoalmente”.
Penso, logo escrevo
Os “feeds de notícias”, que não param de ser atualizados, convidam os dedos a acompanhar o ritmo e digitar na mesma velocidade. “É mais ou menos essa a sensação”, diz Maria. E para ela, escrever é algo extremamente saudável. “Nesta faixa etária, trabalho muito a produção de textos argumentativos. Acredito que a rede é um ambiente propício para discussões, já que todo mundo enxerga aquilo que você escreve, exigindo um certo posicionamento”.
Segundo ela, 90% dos estudantes são assíduos nos grupos. “Eles estão motivados e fazer as atividades, já é um hábito”.
Matemática na rede
Os resultados chamaram a atenção do professor de matemática, que aderiu à ideia. E nos grupos, os números são trabalhados por meio da literatura. A cada mês, os alunos fazem leituras obrigatórias e respondem a questões relacionadas aos títulos. “O Homem que Calculava”, “O Diabo dos Números” e “Mil Léguas Matemáticas” são alguns dos livros que já passaram nas mãos dos estudantes.
Inclusão digital na rede
O Acessa Escola é um programa do Governo do Estado de São Paulo, desenvolvido pelas Secretarias de Estado da Educação e de Gestão Pública, sob a coordenação da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE). Tem por objetivo promover a inclusão digital e social dos alunos, professores e funcionários das escolas da rede pública estadual.
