Na Escola Estadual Padre Afonso Paschotte, em Mauá, docente incorpora personagens e promove esquetes em sala de aula com a proposta de aproximar os estudantes do ambiente escolar
Professor de Língua Portuguesa do ciclo II do Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) na Escola Estadual Padre Afonso Paschotte, em Mauá, Júlio César Sbarrais encontrou uma forma diferente de fazer com que os alunos se envolvam e vivenciem os temas estudados em sala de aula. Além do tradicional quadro negro e giz, o docente faz uso de personagens e esquetes teatrais com a proposta de aproximar os estudantes do ambiente escolar. “O currículo é o mesmo, apenas procuro trabalhar de uma forma diferente”, salienta Júlio, formado em letras e artes cênicas.
A inspiração veio de um trabalho voluntário que o professor desenvolve desde 2002, no qual visita asilos e hospitais, caracterizado de clown (palhaço), com objetivo de alegrar os idosos e enfermos, contribuindo assim para o bem-estar e a recuperação dos pacientes. “É um trabalho de humanização, que achei interessante levar para a sala de aula. E a receptividade foi muito boa. Quando a gente propõe ao aluno um novo olhar, ele logo se identifica e há retorno”, comenta.
Já no primeiro dia de aula, para dar as boas-vindas, Júlio incorpora o palhaço Tinin. De maneira engraçada e descontraída, ele faz um “contrato pedagógico” com os estudantes, estabelecendo regras para conduta em sala, sobre o uso de celulares, aparelhos eletrônicos e outras normas. No decorrer do ano, diversos personagens dão vida aos projetos pedagógicos desenvolvidos pelo professor, de acordo com tema ministrado. Em uma aula sobre a literatura de cordel, por exemplo, Júlio recepcionou os alunos caracterizado de Lampião, com a sala ambientada, imitando uma caatinga. “O personagem e o cenário envolvem os alunos. É uma dinâmica de humanização, que proporciona uma forma de interagir mais construtiva”, afirma o docente.
Aluno da 7ª série, Mateus de Campos Emídio, de 12 anos, disse que nunca tinha tido assistido a uma aula como a do professor Júlio e aprovou a ideia. “Gosto de teatro e acho uma forma muito legal de ensinar. A gente aprende de maneira mais rápida e fácil. Ele é um bom professor. Explica bem a matéria, é paciente e sabe cativar os alunos”, conta o estudante.