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segunda-feira, 16/10/2023
Notícia

Professora dá nova vida a córrego de Rio Preto: conheça a trajetória de Sandra Zanatta

Sandra Zanatta Rodrigues Galavotti ensina geografia na Escola Estadual Professora Alzira Valle Rolemberg e acumula iniciativas que vão além da sala de aula A professora de geografia Sandra Zanatta Rodrigues […]

Sandra Zanatta Rodrigues Galavotti ensina geografia na Escola Estadual Professora Alzira Valle Rolemberg e acumula iniciativas que vão além da sala de aula

A professora de geografia Sandra Zanatta Rodrigues Galavotti, de 47 anos de idade, atua na Escola Estadual Professora Alzira Valle Rolemberg há dez anos. Além de ter ensinado cerca de 15.000 alunos ao longo desses anos sobre mapas, solo, clima, vegetação e relevo, é por causa do seu trabalho que a cidade de São José do Rio Preto terá, no futuro, o córrego Piedadinha completamente recuperado. 

Esse é apenas um dos projetos liderados pela professora de geografia para mudar o dia a dia dos estudantes, da comunidade escolar e do município. 

“O que me motiva no trabalho todos os dias é despertar o interesse das crianças e dos adolescentes, com aulas interativas e com o objetivo de ajudá-los a melhorar o seu aprendizado”, afirma. 

De aluna a professora 

Aluna nota 10, colecionadora de prêmios, mobilizadora da sociedade, interlocutora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) na escola e embaixadora da Nestlé. Esses são alguns dos predicados que caracterizam a história da professora. 

A carreira exitosa foi iniciada no Centro Universitário de Rio Preto (Unirp). Mais do que a personalidade de uma estudiosa, o boletim exemplar se reflete na visão ampliada de uma defensora da educação. “Eu não consigo ficar no quadrado. O conteúdo tem que ir além. O aluno tem que aplicar o conhecimento em sua vida prática”, explica Sandra, que acredita que dessa forma as crianças e adolescentes aprendem mais, se sentem estimulados e ampliam seu interesse pelo estudo.  

A percepção multidisciplinar ficou mais aguçada depois de concluir uma especialização em Metodologia de Ensino e Aprendizagem na área de Geografia no Processo Educativo, pela Faculdade São Luís, em Jaboticabal.  

A partir da monografia, voltada ao diagnóstico dos problemas de enchente no córrego Canela, a preocupação ambiental assumiu um papel de destaque em sua carreira. 

Foi com foco no tema que a professora, voluntariamente, mobilizou pais e alunos da Escola Alzira para o plantio de mudas de árvores frutíferas que se transformaram em uma grande área verde na escola. O local, hoje, é utilizado por ela para associar o conteúdo dado em sala de aula com a aplicação em campo.  

Esse projeto rendeu a Sandra o prêmio MMDC Caetano de Campos – uma das maiores honrarias do Estado de São Paulo. O mesmo jardim foi congratulado com o prêmio Crianças Mais Saudáveis, organizado pela Fundação Nestlé a partir do projeto “Do solo ao prato: autismo e integração sensorial no quintal da escola”. 

Professora Sandra Zanatta (de blusa verde) entre suas alunas

‘Novo’ córrego Piedadinha 

Em 2023, contando com a mobilização de algumas alunas que participaram do plantio das mudas, Sandra passou a liderar o projeto socioambiental que vai transformar também a região da escola e a cidade de São José do Rio Preto, dessa vez voltado ao resgate do córrego Piedadinha.  

A professora passou a aplicar os conhecimentos adquiridos em sua especialização com objetivo de contribuir com a recuperação de uma área degrada e associou o trabalho à educação e ao desenvolvimento de suas alunas.  

Não poderia dar mais certo. A partir da aprovação de uma disciplina eletiva semestral — as aulas que alunos optam, dentro do currículo do ensino integral — chamada “Salvando o córrego Piedadinha”, Sandra mobilizou a sociedade rio-pretense e, com apoio das alunas, conseguiu sensibilizar a prefeitura a investir na recuperação do local.  

Desde junho de 2022, quando o projeto teve início, a escola já fez o plantio de 600 mudas de espécies nativas do cerrado e da mata atlântica e a prefeitura asfaltou a rua em frente à nascente, construiu uma pista de corrida e ciclismo no entorno, fez a limpeza do córrego e implementou um muro de gabião, que possibilita a drenagem do solo. Há expectativa para que o projeto esteja concluído em até dois anos. 

Mais do que isso, graças ao envolvimento no projeto, as estudantes foram contempladas com bolsas do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica para o Ensino Médio da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o Pibic Júnior, coroando a dedicação de uma profissional dedica a ultrapassar as paredes da sala de aula por meio da educação.