Até 14 de novembro, estudantes da região metropolitana de São Paulo e de
13 diretorias de ensino do interior conhecerão a mostra por meio do
programa Cultura É Currículo
Cerca de 65 mil alunos de escolas estaduais visitarão a 30ª Bienal de São Paulo até o dia 14 de novembro. A ação integra o programa Cultura É Currículo e atenderá escolas da capital e de outras cidades da região metropolitana de São Paulo, além de unidades vinculadas às diretorias regionais de ensino de Bragança Paulista, Campinas Leste e Oeste, Itu, Jacareí, Jundiaí, Santos, São José dos Campos, São Roque, São Vicente, Sorocaba, Sumaré e Votorantim. O critério de escolha dessas diretorias de ensino foi a distância da capital (no máximo 120 km).
Além de visitar a mostra de arte contemporânea, os alunos poderão discutir a experiência em sala de aula, conforme a proposta pedagógica do programa Cultura É Currículo. Um exemplo dessa prática é o trabalho desenvolvido na Escola Estadual Moacyr Campos, no bairro Aricanduva (zona leste de SP). Em maio, 450 estudantes das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio da unidade de ensino fizeram uma exposição de releituras de obras Nino Cais, participante da Bienal, que visitou a escola e conversou com os jovens. A partir deste mês até outubro, os alunos visitam a mostra para ver a obra do artista.
A professora de arte Marlene Hirata Uchima explica que o objetivo é sensibilizar o olhar dos estudantes. “Para formar cidadão, precisamos incentivar os jovens a desenvolver um olhar crítico. E a arte faz isso”, afirma. “Estamos trabalhando o tema desde o início do ano e agora, nas visitas, é possível perceber, pelas perguntas feitas aos monitores da Bienal e em conversas, que os alunos enxergam as possibilidades de diálogos que a experiência artística estimula”, ressalta a professora.
Conversar com uma estudante da 3ª série do Ensino Médio da Escola Estadual Moacyr Campos também leva o interlocutor a perceber a profundidade das reflexões que a arte produz. Em sua primeira visita a uma Bienal, a jovem Samara Bispo dos Santos Ferreira, 18 anos, destaca aspectos da obra que mostram uma percepção apurada. “As linguagens usadas na arte contemporânea são diferentes do convencional. Às vezes o visual é só uma parte, tem o som e até o odor. Além disso, você não olha a obra apenas como um objeto, você busca significados na sua própria história e nas referências do artista”, explica a aluna, que quer cursar publicidade de propaganda.