Na E.E.República da Bolívia, localizada no bairro Jardim São Paulo, o jogo de xadrez é uma das atividades mais disputadas entre os alunos dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Cerca de 30 estudantes participam do projeto realizado desde 2013.
A ideia de implantar uma nova atividade na escola surgiu por meio de um encontro entre o diretor da unidade escolar, Antonio Carlos Torres, e o professor de xadrez, Flávio Cardoso de Oliveira. “Ele foi meu aluno em outra escola e nos encontramos durante a eleição. Flávio sofreu um grave acidente e o xadrez está sendo fundamental em sua recuperação”, explica.
“Fiz o convite para ele dar aula na escola e destaquei que não teria como pagar. Ele aceitou e é a única pessoa que não recebe nada aqui na unidade escolar. É tudo por amor”, completa.
Mesmo com os traumas ocasionados pelo acidente, Flávio Oliveira não desistiu de praticar alguma atividade. “Eu jogo xadrez desde 1996. A prática deste jogo está me ajudando na recuperação, pois estimula o meu raciocínio e preciso prosseguir”, explica.
“A proposta inicial era ensinar os alunos na hora do intervalo, mas o professor voluntário se deu tão bem com as crianças que tivemos de inserir a atividade no interturno”, explica a coordenadora pedagógica, Mônica Nicolleta”.
A iniciativa deu tão certo que já tem aluno ensinando xadrez. “Eu falei para a minha mãe que estava aprendendo a jogar. Ganhei um tabuleiro e comecei a ensinar estratégias de jogo para ela”, conta o aluno Renan Augusto Nascimento Gomes, de 10 anos.
Mônica Nicolleta destaca também as habilidades que são desenvolvidas com a prática do xadrez. “Essas atividades tem um fundo pedagógico. No caso do xadrez, além de ajudar na sociabilidade das crianças, estimula o raciocínio lógico e a criação de estratégias utilizando a matemática.
Antonio Torres comemora o resultado do projeto. “Nós oferecemos mais uma opção de atividade para as crianças e o xadrez é uma batalha, que exige raciocínio, comprometimento e paciência. É uma briga de inteligência”, conta.
