O início do ano letivo em todas as escolas da rede estadual de São Paulo foi diferente neste ano. Com o Inova Educação, a prática do acolhimento – quando os antigos estudantes da unidade promovem o recebimento dos novos jovens – se estendeu por todas as escolas. Ao menos em uma, esse momento teve ingredientes ainda mais especiais.
Os estudantes da Escola Estadual Licolina Villela Reis Alves, em Araçatuba, tiveram a ideia de transformar os espaços físicos da unidade para que os jovens sentissem pertencimento ao chegar na unidade. Para isso, contataram o artista plástico Felipe Blunt, que fez uma série de grafismos na unidade na última semana de janeiro.
“O acolhimento é a primeira prática protagonista dos alunos,eles são acolhidos por outros estudantes e recebem as primeiras orientações sobre o funcionamento da escola. É um momento de integração com o espaço da escola e de pertencimento”, pontua a diretora Luciana Benevides.
A obra de Felipe teve a assessoria do próprio grupo de alunos acolhedores, como são chamados os jovens que atuam como protagonistas. Eles ajudaram o artista a fazer as pinturas e, no dia do acolhimento, são os puxadores das conversas que ajudam os novos integrantes da unidade a se sentirem em casa.
“O acolhimento não tem hora nem local específico para acontecer. É uma postura que envolve duas vontades: a vontade de ser acolhido, que vem da infância, dos braços de mãe, e a vontade de acolher, de ouvir o outro, de mostrar o quanto ele é querido e acolhido”, explica Cristina Mabelini, coordenadora da EFAPE.
Escola Estadual Licolina Villela Reis Alves é participante do Ensino Integral e tem, há anos, alguns dos novos componentes do Inova Educação, como o Projeto de Vida, as eletivas e o acolhimento. “Queremos que os jovens possam perceber as oportunidades que a escola oferece, permitindo a integração e a convivência social de todos, a partir do diálogo e trocas de experiências”, pontua Luciana.