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sexta-feira, 05/12/2008
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Alunos de Escolas Estaduais estão entre os premiados do Escrevendo o Futuro

Dos 21 finalistas, três são de São Paulo, sendo duas alunas da rede estadual e uma da rede municipal de ensino “O lugar onde vivo”. Este foi o tema da […]

Dos 21 finalistas, três são de São Paulo, sendo duas alunas da rede estadual e uma da rede municipal de ensino

“O lugar onde vivo”. Este foi o tema da terceira edição do prêmio Escrevendo o Futuro 2006, voltado para alunos da 4ª e 5ª séries do ensino fundamental de escolas públicas de todo o País. Criado pela Fundação Itaú Social, tem como objetivo estimular o desenvolvimento de competências para a escrita e o exercício da cidadania. A cerimônia de premiação foi realizada nesta segunda-feira, dia 4, no Memorial da América Latina, zona oeste da Capital.

Estavam presentes a secretária de Estado da Educação em exercício, Carmem Annunziato, a atriz Zezé Motta, que conduziu a cerimônia de premiação, e o ministro da Educação, Fernando Haddad, além dos 21 finalistas que concorriam nas categorias Artigo de Opinião, Poesia e Memórias. Os textos dos vencedores e homenageados foram lidos pelo poeta Pedro Bandeira e pela atriz Carolina Oliveira.

Talentos da rede estadual

A preocupação com o futuro de crianças trabalhadoras de Bauru. Este foi o tema que a aluna Ana Laura de Queiroz, da Escola Estadual Torquato Minhoto, escolheu para participar da 3ª edição do Escrevendo o Futuro. Leia, a seguir, o artigo de opinião que recebeu menção honrosa, escrito por Ana Laura.

Que conseqüências terão na vida as crianças trabalhadoras de Bauru?

Aqui na minha cidade há muitas crianças trabalhando, em minha sala de aula mesmo, existe um menino que trabalhava vendendo amendoim de porta em porta, para ajudar seu pai que estava desempregado.

O garoto faltava muito na escola, então a professora conversou com ele, disse
que tinha que parar de faltar e que estava sendo prejudicado. Ela também disse que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), protege a criança garantindo à ela o direito à escolaridade e proíbe o trabalho infantil.

Existem pessoas que empregam crianças para trabalhar, porque assim, elas pagam menos e justificam que as crianças fazem o trabalho mais devagar. E um absurdo, dizem que estão ajudando, se não essas crianças estariam passando fome, roubando e até se drogando.

Há pessoas que acreditam que as crianças não devem trabalhar e só estudar, para ser alguém na vida. O grande problema é que a maioria dessas pessoas sente pena das crianças e compram os produtos que elas vendem, sendo que deveriam comprar dos adultos.

No meu ponto de vista, o trabalho infantil realmente é crime e isso tem que acabar, porque não permite a criança viver a sua infância e compromete o seu futuro. Penso que a solução para esse problema é a escola em tempo integral, lá as crianças vão ter alimentação, esportes, brincadeiras e educação.

Quanto ao meu amigo, ele teve que voltar a trabalhar nas férias de julho, porque seu pai não conseguiu emprego e na casa dele não tinha o que comer.

Infelizmente, ele não é a única criança trabalhadora de Bauru, do Brasil e do mundo e a lei, apesar de proibir o trabalho infantil, não garante emprego pro pai, nem comida na casa dele.

       

Já a aluna Yasmin Conceição Alves, da Escola Estadual Prof. Zilton Bicudo, também participou com a poesia De um Lado, que fala sobre a cidade onde vive: Franco da Rocha. Veja, logo abaixo, a poesia vencedora de Yasmin.

De um Lado

De um lado é só beleza,

De outro, as queimadas.

De um lado é natureza

Do outro, áreas desmatadas.

De um lado é tudo verde

Do outro, muita poluição.

De um lado boa gente,

De outro só ladrão!

De um lado boa comunidade

Do outro, tem boca-de-fumo.

De um lado há seriedade

Do outro, “Será que é o fim do mundo?”

De um lado é alegria

Do outro, muita carência.

De um lado é só folia

Do outro, EMERGÊNCIA!

De um lado encanamento

Do outro, uma fossa.

De um lado o aperfeiçoamento

Do outro, “Minha Nossa”!

De um lado filme novo só na TV

De outro, criança na rua a brincar.

Alguém com roupa de shopping é difícil de ver

Da até vontade de gritar.

De um lado gente lá no ALTO

Do outro, gente lá embaixo.

É difícil de se acreditar,

Mas tudo isso é no mesmo lugar.

São Paulo

O prêmio, que engloba os gêneros Artigo de Opinião, Memórias e Poesia, é voltado para alunos de 4ª e 5ª séries do ensino fundamental de todo o País. A comissão estadual de São Paulo foi a primeira a realizar a seleção dos semifinalistas do prêmio. Foram ao todo 2.984 escolas municipais e estaduais inscritas, envolvendo 7.629 professores. Dos 1.503 textos recebidos de escolas paulistas, 27 foram selecionados para essa etapa: 15 são da rede estadual.

Os prêmios da etapa estadual

Os alunos vencedores na fase estadual receberam uma coleção de livros com cinco títulos, e os professores, um exemplar. Além disso, os participantes das oficinas regionais passearam por São Paulo. Já o s três primeiros colocados (alunos e professores) nas categorias Artigo de Opinião, Memórias e Poesia ganharam um microsystem e um CD educativo.

Os professores e alunos semifinalistas também foram convidados a participar de oficinas regionais para promover a troca de experiências. Eles refizeram os textos para participar da próxima etapa do prêmio. E em cada oficina regional, o professor que melhor retratou as experiências vividas nas oficinas realizadas dentro das escolas ganhou um DVD player e um DVD educativo.

Mais sobre o prêmio Escrevendo o Futuro

Criado em 2002, o prêmio entregue apenas nos anos pares faz parte do Programa Escrevendo o Futuro. Conta com a parceria da Undime e da TV Futura, com o apoio do MEC (Ministério da Educação) e do Consed (Conselho Nacional dos Secretários da Educação) e é coordenado pelo Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação Cultura e Ação Comunitária).

Além da premiação, a meta é contribuir com a formação de professores. Este ano, em todo o Brasil, o número de participantes chegou a 15.461 escolas, 33.449 professores e cerca de um milhão e seiscentos mil alunos.

É dividido em 4 etapas: local (seleção de um texto por escola); estadual (seleção de 180 a 185 semifinalistas) ; regional (seleção de até 63 textos, sendo que o primeiro colocado em cada um dos gêneros de cada cidade pólo é considerado finalista) ; e final (seleção dos três grandes vencedores nacionais).

Os três alunos vencedores do prêmio receberão bolsa de estudos para cursar o ensino superior no valor máximo de R$ 30 mil. Já os professores dos alunos ganhadores receberão bolsa para custear cursos extracurriculares no valor máximo de R$ 3 mil.