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quinta-feira, 10/07/2003
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Arte Moderna dentro e fora da escola

Alunos do terceiro ano do Ensino Médio de escola estadual de Parelheiros recriam o Modernismo com as próprias mãos Estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da EE Reverendo Erodice […]

Alunos do terceiro ano do Ensino Médio de escola estadual de Parelheiros recriam o Modernismo com as próprias mãos

Estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da EE Reverendo Erodice Pontes de Queiroz terminam o segundo bimestre do ano letivo de 2003 preparando-se para a segunda fase do projeto multidisciplinar “Arte Moderna na Escola”.

Sob a coordenação de Mônica Clemente, professora de Língua e Literatura da escola, 80 alunos irão apresentar durante o mês de agosto e início de setembro, um ciclo de seminários sobre as características, os artistas e as obras do Modernismo. Divididos em grupos, os jovens apresentam os conteúdos referentes ao tema por meio de cartazes e reproduções das pinturas, esculturas, músicas e textos em prosa e verso da época.

Na primeira etapa do projeto, realizada durante os meses de maio e junho, os estudantes tiveram contato com o Modernismo Brasileiro como movimento artístico, literário e político. “A abordagem da conjuntura política do período também é importante porque movimentos artísticos dependem de uma contextualização para poderem existir”, justifica a professora Mônica. Por meio de aulas expositivas, pesquisas e vídeos, os jovens estudaram as características, bem como os escritores, músicos, escultores e artistas plásticos envolvidos na proposta modernista de ruptura com os padrões estéticos da década de 20.

O repertório construído durante o segundo bimestre do ano letivo, dedicado à teoria sobre os modernistas e sua filosofia de arte, instrumentaliza os estudantes na preparação dos seminários e na confecção de painéis de releitura das obras modernistas. As releituras fazem parte do último bloco de atividades propostas pelo “Arte Moderna na Escola”.

Ao mesmo tempo em que os alunos estudam o Modernismo e preparam os seminários, devem preocupar-se com a produção de um trabalho artístico de releitura de um dos artistas da época. A professora Mônica dá as orientações básicas para a elaboração do painel de 1,5 X 1,5m e os estudantes retrabalham a linguagem e as formas de expressão do modernista alvo do seminário, de maneira a recriá-lo e interpretá-lo.

O prazo para a entrega dos painéis é a segunda semana de setembro para que, a partir do dia 22, os trabalhos dos grupos de estudantes fiquem expostos nas dependências da escola por duas semanas.

Para o dia 10 de outubro está previsto o início da exposição dos painéis na Casa de Cultura de Interlagos. Em março de 2002, a Casa abriu suas portas para abrigar os trabalhos de 2001, ano da primeira edição do projeto. A exposição recebeu o nome “Releitura de 80 Anos do Modernismo Brasileiro”. De acordo com Jussara Vidal, coordenadora da Casa de Cultura de Interlagos, “as apresentações de trabalhos de escolas normalmente são recebidas com grande simpatia pelo público”.

Fernanda Reimberg Lima, aluna do terceiro ano do Ensino Médio em 2002, participou da segunda edição do “Arte Moderna na Escola”. Com mais quatro colegas, Fernanda aprofundou seus conhecimentos sobre o Modernismo em Portugal. O alvo do seminário e do painel foi Fernando Pessoa e seus heterônimos.

Segundo Fernanda, o trabalho em grupo aguçou o senso de responsabilidade e criatividade dos alunos. “Conseguimos cumprir os prazos e usar materiais reciclados como serragem, pó de café, varetas e macarrão”. A estudante também confirmou com entusiasmo o envolvimento que a proposta de trabalho produz e falou com desenvoltura sobre o Modernismo, comprovando a boa assimilação do conteúdo.

O movimento modernista é parte da história artística brasileira desde a Semana de Arte Moderna 1922. A ruptura dos padrões vigentes na época foi o toque inovador proposto por uma série de artistas, entre eles Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti e Vítor Brecheret.

Tatiana Pinheiro