A modalidade virtual dos cursinhos pré-vestibulares virou febre logo após o anúncio do governador de São Paulo, João Doria, sobre a suspensão das aulas presenciais no Estado, devido a disseminação da pandemia do novo coronavírus. O pedido de continuidade dos cursos, de forma virtual, foi unânime entre professores e alunos.
O diretor da Escola Estadual Euclides B. Miragaia, em São José dos Campos, Alex Rodolfo Carneiro, conta que a busca pelo curso pré-vestibular não é apenas por alunos que pretendem entrar em uma boa faculdade, “mas também para aqueles que buscam reforço e que possam concluir o ensino médio com mais qualidade”. Alex lembra que o eixo norteador deste trabalho foi a eletiva denominada de Projeto de Vida. “Sempre ressalto que faço um trabalho de busca ativa para não deixar que os alunos esqueçam do propósito deste cursinho”.
Para Lucas Rodrigues de Souza, de 18 anos, ex-aluno da Escola Estadual Euclides B. Miragaia, nunca o ensino a distância se fez tão necessário quanto agora. E elogia o empenho dos professores: “estou gostando muito de como os profissionais da educação estão se adaptando a essa forma de ensino. Eles estão cedendo um espaço para questionamentos, e isso é muito importante para que algumas pessoas não desistam dos estudos, pois a falta do ensino presencial pode causar desistência. Eu pretendo prestar o Enem este ano, vestibular e concurso para conseguir entrar, futuramente, em uma faculdade de Letras ou Sociologia, quero muito ser professor”, completa o estudante.
A diretora da Escola Estadual Diógenes Duarte Paes, Miriam Cardoso, também comenta o trabalho remoto feito com os alunos através de cursinho popular. Segundo ela, esta é uma iniciativa da Associação de Moradores da Região do Retiro em parceria com a escola. As atividades tiveram início no ano passado e foi idealizada por ela e pelo professor Ivair Aniquiarico.
“Hoje, mesmo de forma virtual, 23 alunos participam das aulas. Todos os professores são voluntários, da rede estadual, de cursinhos e da própria escola. As aulas perdidas estão sendo repostas duas vezes por semana, no período da noite, e continuam normalmente aos sábados”, afirma Miriam.
A aluna Ana Nunes Melo, de 17 anos, também elogia o cursinho online “Os professores são muito atenciosos. Eles mandam o material que será discutido em aula uma semana antes, junto com questões e explicações via Google Classroom. Em aula eles explicam o conteúdo enviado, tiram dúvidas e nos auxiliam. Eu quero prestar o Enem esse ano, e quero fazer medicina na USP ou na Unicamp”, diz a estudante.
A diretora afirma que os professores tiveram dificuldade, de início, mas que depois, pegaram o jeito e se adaptaram. Miriam conclui desejando que todos os profissionais consigam se reinventar, com a esperança de dias melhores.