Depois de se adaptarem às aulas mediadas por tecnologia necessárias por conta da pandemia do coronavírus, os professores da rede estadual de São Paulo agora investem no trabalho de busca ativa para impedir que os alunos abandonem a escola.
Por todo o Estado, os docentes promovem iniciativas para garantir que os estudantes retornem presencialmente às escolas, nas cidades onde isso é possível, ou deem continuidade às aulas remotas.
“A busca ativa é necessária para favorecer a continuidade dos estudos, sem deixar ninguém para trás. A Secretaria já tem trabalhado com um sistema que usa inteligência artificial que consegue predizer os alunos que têm mais chances de evadir, para que possamos fazer um trabalho com eles. Vamos gerar alertas aos estudantes que têm mais chance de abandonar a escola”, afirma o secretário Rossieli Soares.
Para celebrar a data, comemorada nesta quinta-feira (15), a Secretaria Estadual da Educação destaca algumas histórias do esforço desses profissionais que fazem a diferença na educação, para que os alunos não desistam da escola.
Todos os servidores da Educação que trabalham nas escolas, Diretorias Regionais de Ensino e do Centro de Mídias de SP poderão aproveitar a folga do Dia do Professores na sexta-feira (16), já que o Governo transferiu o ponto facultativo.
Confira abaixo as iniciativas de busca ativa:
Em Limeira, na Escola Estadual Profª Margarida Paroli Soares, a coordenadora Solange Pires Palermo, junto a equipe escolar, identifica os alunos que não estão acompanhando as aulas para que possa ser feito um primeiro contato virtual. Caso o aluno não responda, a coordenadora vai até a casa do estudante. Dessa forma, Solange consegue identificar qual a dificuldade do aluno, levar os materiais impressos e ajudá-los a acessar o Centro de Mídias SP e os outros canais de comunicação da escola. Nas visitas, Solange também estabelece a comunicação com as famílias. “Eles ficam bem surpresos e até se emocionam em ver que a escola tem uma preocupação em saber o que acontece na vida e na casa deles”, diz.
Em Mogi das Cruzes, a equipe gestora da Escola Estadual Profª Irene Caporali de Souza tem feito reuniões para traçar planos de busca ativa e acolhimento virtual. A equipe também realiza chamadas de vídeo em grupos com os alunos, fora dos horários de aula, para incentivar a participação nas aulas. “Por uma simples conferência, mostramos aos pais que mesmo distantes, estamos próximos e por muitas vezes essa ação ressignifica a importância dos estudos em meio a uma pandemia”, afirmou o diretor da unidade, Marcelo Fialho.
Em Ituverava, a Escola Estadual Antônio Justino Falleiros identificou que alguns alunos não estavam participando das aulas online e idealizaram o projeto “Justino na Praça”. Nesse projeto a equipe da unidade passa com um carro de som anunciando a chegada na praça mais próxima daquele bairro para fazer plantões de entrega de material aos alunos, oferecer suporte pedagógico e realizar manutenção do vínculo professor-aluno.
Na Capital, na Escola Milton Rodrigues, os alunos são acompanhados pelos professores tutores. Cada tutor acompanha sua turma de estudantes por grupos de whatsapp ou sala no classroom. Dessa forma, os docentes conseguem fornecer atendimento e apoio mais individualizado para cada aluno.
Governo oferece apoio com chip e computador
Para colaborar com a busca ativa, o Governo de São Paulo vai distribuir 250 mil unidades destinadas para professores e servidores, com 5 gigas de internet, além de acesso a ligações e mensagens de SMS. Além disso, o governo vai apoiar a compra de computadores para 161 mil professores e coordenadores pedagógicos que atuam na rede estadual de São Paulo. A Secretaria Estadual da Educação irá pagar o subsídio parcelado de até R$ 2 mil para os professores que cumprirem as condicionalidades de presença e formação.
Será feita a transferência de até 24 parcelas no valor de R$ 83 para a conta bancária do docente. Caso o profissional opte por um equipamento de valor superior, precisará arcar com o custo extra.