A Escola Estadual Caetano de Campos, na Aclimação, guarda uma parte importante da história da Educação em São Paulo. O acervo de aparelhos científicos e didáticos pertencente à escola mostra uma diversidade de registros históricos raramente encontrada.
A unidade atual abriga uma parte das peças do setor museológico, da biblioteca infantil, da hemeroteca (coleção de publicações periódicas), o arquivo de documentos e o acervo iconográfico e sonoro da antiga Escola Normal Caetano de Campos, na Praça da República (onde hoje funciona a sede da secretaria de Estado da Educação). Além desses, foram transferidos os laboratórios de Física, Química e Biologia, importados da Europa no século XIX, e dos equipamentos como projetores e fonógrafos.
Alguns desses equipamentos ainda se encontram em armários de madeira lacrados, fato que conservou-os intactos até os dias de hoje. O laboratório possui cerca de 500 peças, divididas em aparelhos de Física, Química e Biologia, e os alunos da escola ainda o freqüentam em suas aulas dessas matérias. Segundo Donizete Hernandes Leme, diretor da escola, “o laboratório continua em condições de uso mesmo com o tempo e os alunos praticam suas atividades nele”.
A direção da escola estuda com a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) a possibilidade de transferir as peças para um museu. Mas a estudante de mestrado da Universidade de São Paulo (USP) Jacy Machado Barlleta, que elabora a tese ” O lugar dos objetos no arquivo: materiais escolares “, discorda. Ela visitou a escola no último dia 13 e disse que é importante que as peças sejam mantidas lá para que não se perca sua identidade histórica.
Um pouco da História
O edifício da Casa Caetano de Campos, imponente prédio na Praça da República, sede própria da primeira Escola Normal de São Paulo, inaugurado em 2 de agosto de 1894, e um dos mais significativos monumentos republicanos do Estado de São Paulo.
Em 1976, essa instituição teve sua vida transformada com o perigo de destruição de seu prédio para dar lugar a uma estação do metrô. A atitude radical dos órgãos públicos provocou uma grande campanha e um processo judicial para impedir sua destruição. Vencida essa etapa, o prédio foi tombado pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo. A escola foi transferida para dois lugares, no bairro da Aclimação e na Praça Roosevelt.
