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quarta-feira, 24/09/2003
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Escola Estadual utiliza aulas de xadrez para animar curso de matemática

Para muitos ex-alunos, hoje adultos encaminhados em suas profissões, a palavra matemática sempre foi uma ameaça parecida com um filme de terror. Termos como equação de segundo grau, análise combinatória […]

Para muitos ex-alunos, hoje adultos encaminhados em suas profissões, a palavra matemática sempre foi uma ameaça parecida com um filme de terror. Termos como equação de segundo grau, análise combinatória e fórmulas cheias de incógnitas ajudavam apenas a manter a disciplina como uma espécie de rainha da crueldade para boa parte dos estudantes.

Quem não atendia – ou entendia – os desejos indecifráveis desta que era considerada uma megera dos números sentia-se uma espécie de pária intelectual da humanidade. Um banho de culpa, então, levava embora toda a auto-estima, fazia com que este aluno se sentisse relegado, irresponsável, incapaz de ver pela frente qualquer tipo de êxito em seu futuro.

Mas as diretrizes dos métodos educacionais agora caminham em outra direção. Inserida nesse novo cenário, a Escola Estadual Professor Orestes Rosolia, localizada no bairro de Artur Alvim, zona leste da capital paulista, tem atuado para desfazer os mitos que envolviam certas matérias.

Com aulas que priorizam a interação entre alunos e professores, a escola criou projetos multidisciplinares que englobam, entre outros itens, a prática de xadrez no curso de matemática, que passou a ser um desafio lúdico e divertido. De seis aulas semanais, quatro são teóricas e duas são reservadas a treinamentos práticos do milenar esporte.

O objetivo é desenvolver o raciocínio dos jovens aprendizes. “As aulas deixam de ser maçantes, tornam-se práticas, e as crianças se desenvolvem e criam o hábito de pensar”, diz uma das coordenadoras da escola, a professora Regina Neves.

Além do xadrez na sala de aula, os dirigentes da Orestes Rosolia implantaram uma série de outras atividades, tão importantes quanto a obediência ao currículo formal. Entre elas estão aulas de dança, grafitagem, projetos sobre o meio ambiente e a formação de salas de leitura para alunos do período noturno. Muitas destas “aventuras escolares” envolvem alunos do Ensino Fundamental e do Médio.

Em alguns casos, no entanto, as atividades são restritas a uma faixa etária. É o caso do curso de Informática, elaborado para jovens a partir da 7.ª série. Eles mesmos escrevem os livros, que são digitados e diagramados nos computadores do colégio.

As atividades interativas, segundo Regina Neves, ficaram facilitadas com o fim da repetência e a implementação do regime da progressão continuada. “A avaliação agora leva muito mais em conta a participação dos alunos do que seu desempenho técnico na disciplina”, completa a professora, satisfeita com o envolvimento de toda a comunidade nessa nova fase.

EUGENIO GOUSSINSKY