A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo institui na semana em que é celebrada a Consciência Negra, o primeiro conselho de educação escolar quilombola do País. Nesta quinta-feira (21), foram nomeados 34 conselheiros que, de forma inédita, vão acompanhar e colaborar na implementação da política específica de educação escolar quilombola.
Ao mesmo tempo em que o grupo vai contribuir para resgatar e preservar a tradição cultural dos povos quilombolas, o objetivo também é aprimorar a qualidade do ensino para estes povoados. O novo conselho conta com a participação de lideranças da comunidade e especialistas de universidades, incluindo USP, Unicamp, Unesp e Zumbi dos Palmares.
Desde o ano passado, a Secretaria atua no desenvolvimento das políticas para a educação quilombola. Foram capacitados gestores e professores coordenadores interlocutores de Educação para as Relações Étnico-Raciais das 91 diretorias de ensino do Estado. Atualmente, são 24 escolas existentes nas comunidades em SP, sendo duas delas estaduais e o restante, municipais.
Além disso, a Secretaria também está na fase final da produção de um livro com narrativas dos moradores das comunidades atendidas, que será utilizado pelos professores, visando aproximar o material didático à realidade dos alunos quilombolas. Outra ação pioneira é que a partir de 2014 no Sistema de Cadastro de Aluno haverá a inclusão do público quilombola para intensificar ainda mais as ações educativas.
Neste mês foram organizadas uma série de videoconferências intitulada a “Educação no Mês da Consciência Negra” para estimular a reflexão entre educadores de todo o Estado e auxiliar na abordagem do tema em sala de aula e junto da comunidade escolar. Os profissionais das escolas podem participar enviando perguntas e fazendo comentários a partir dos espaços da Rede do Saber presentes em todas as diretorias regionais de ensino.
Núcleo de Inclusão Educacional
A iniciativa foi organizada pelo Núcleo de Inclusão Educacional, novo órgão da Secretaria que articula as políticas inclusivas de educação em todo o Estado de São Paulo. Além da população quilombola, o Núcleo já desenvolveu políticas inclusivas para a educação indígena, diversidade sexual, alunos estrangeiros e para o sistema prisional e Fundação Casa.
A consolidação da educação escolar quilombola foi um dos assuntos debatidos pelo Núcleo com as secretarias municipais, lideranças das comunidades e organizações não-governamentais.
No Estado de São Paulo a maioria das comunidades quilombolas está na região do Vale do Ribeira, distribuídas por diversos municípios, tais como Eldorado, Iporanga e Barra do Turvo. Outras comunidades estão localizadas no Litoral Norte, na região de Sorocaba e no município de Itapeva.
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