Um projeto desenvolvido dentro da Escola Estadual Professor José Martins de Toledo, em Piracicaba, com o objetivo de envolver os estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental nas discussões sobre a crise climática foi além das aulas teóricas e, agora, esses alunos estão se transformando em monitores do ar e da temperatura dentro de suas próprias casas e vizinhança.
No total, 90 estudantes participam do desafio “Entrando no Clima e Transformando a Comunidade”, desenvolvido pelas turmas de 8º ano com seus professores, que tem ultrapassado as paredes da sala de aula. O desafio integra o projeto Conexões Steam (na tradução, um acrônimo das palavras ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática), que tem sido trabalhado desde o início deste ano letivo com o intuito de abordar em sala de aula as transformações climáticas e os impactos ambientais.
“Depois de trabalharmos com os estudantes conteúdos do Currículo Paulista dentro de sala, junto a exemplos de como a crise climática já está impactando nossos dias com o incentivo à leitura de reportagens sobre o assunto, nesta semana os alunos passaram a uma nova etapa do desafio, que é o de levar para casa um dispositivo de monitoramento do ar e de temperatura”, afirma a coordenadora pedagógica da escola, professora Iria Storer.
Para essa etapa de investigação, a escola recebeu 10 kits de um dispositivo de monitoramento chamado Hexa Smart Clima, criado pela empresa PETE, de robótica educacional, e adquiridos pelos institutos EP e CLQ, parceiros da unidade no projeto Conexões Steam.
Esse dispositivo de monitoramento, que traz aos estudantes noções sobre internet das coisas (que alia objetos da rotina e conexões digitais), pode ajudá-los a coletar dados climáticos como umidade do ar, pressão atmosférica, luminosidade, volume de chuvas, temperatura e incidência de raios ultravioleta.
Todos os 90 estudantes do 8º ano matriculados na escola José Martins de Toledo levarão o kit para casa em algum momento para a parte prática do desafio. A coleta desses dados é transferida pelos próprios alunos ao computador e o kit já é organizado de forma a entregar esses resultados do monitoramento por meio de gráficos, que serão analisados com o apoio dos professores.
“A partir desse projeto e da utilização de kits, estamos criando aqui em Artemis, um bairro com características urbanas e rurais, uma mini estação meteorológica”, conta a estudante Manuela Teixeira Diehl, de 13 anos de idade. “Aqui, estamos conseguindo conscientizar nossos vizinhos sobre os riscos e resultados do aquecimento global”, continua o colega de Manuela, João Victor Lopes Batista, também com 13 anos de idade.
Segundo a professora Iria, o projeto ajuda a desenvolver o aprendizado das disciplinas de geografia, biologia e matemática e as noções de tecnologia que serão ampliadas pela Educação do Estado ainda mais a partir da nova matriz curricular para o ano que vem. “Além de tudo, eles estão levando para casa a preocupação com os riscos do aquecimento global e impactando suas próprias comunidades”, afirma a professora.