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terça-feira, 05/12/2023
Destaque

Exclusivo na COP28: Alunos de São Carlos se despedem com última apresentação nesta terça-feira

Criação de estudantes chamou a atenção da Unesco por baixo custo no combate ao aquecimento global

Cinco alunos da rede estadual de ensino são os únicos representantes das escolas públicas do Brasil na COP28. Nesta terça-feira (5), antes do embarque de volta para casa, eles fazem a última apresentação de um projeto de combate ao aquecimento global no pavilhão da Universidade de São Paulo (USP) em Dubai. A apresentação acontece até as 18h30 do horário local (11h30 no horário de Brasília).

Os adolescentes da Escola Estadual Professor Sebastião de Oliveira Rocha, localizada em São Carlos, foram selecionados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) depois de conseguir cultivar no laboratório da escola, e com excelentes resultados, as microalgas da espécie Chlorella sorokiniana.

Essas algas são responsáveis pela transformação de dióxido de carbono (CO2) em oxigênio em maior escala e são aliadas do combate ao aquecimento global. Entre os protótipos criados pelos estudantes, um “aquário” de 15 litros para a cultura dessas microalgas chega a fazer trabalho de fotossíntese de 50 árvores.

A criação dos estudantes chamou a atenção da Unesco pela produção das algas com baixo investimento e no contexto de um laboratório escolar, uma vez que projetos semelhantes recebem investimentos maiores de universidades em todo o mundo.

“Esse projeto com as microalgas já era muito recorrente e disseminado nas universidades pelo mundo. Na escola pública isso não existia e nós tornamos realidade. É uma honra ser a única escola pública do Brasil a representar essa nação, com a maior biodiversidade que nós temos”, diz o estudante Gustavo Ferragini Batista, de 17 anos de idade.

A turma de jovens cientistas é formada ainda pelos estudantes do Ensino Médio João Paulo Medeiros Baldo, Iara Berto Pena, Luana Carolina Zabotto Marchetti e Giovanna Dantas Klnpeldes. Nos Emirados Árabes Unidos, eles são acompanhados pelas professoras doutoras Andrea Cristina Moralez de Souza e Milene Aparecida Rodrigues de Oliveira e ainda pela diretora da unidade, Lucinei Tavoni.

‘Quando o papel da escola se concretiza’

De olho no futuro, os cinco estudantes vão além dos resultados que esperam para a sua vida escolar e da passagem pela COP28. Atualmente, eles são multiplicadores do aprendizado e das conquistas e estão ensinando os estudantes mais novos da escola a continuarem com os projetos.

“É uma satisfação imensa ver que nossos alunos Ensino Médio desenvolveram esse trabalho.  Eles passaram por um processo de seleção bastante apurado e foram escolhidos para representarem o nosso país aqui em Dubai. Esse é um evento único, é um feito histórico, que exalta a capacidade dos estudantes, das escolas públicas, da nossa escola pública. Eu fico muito satisfeita porque eu vejo que, na ação desses alunos, a missão da escola se concretiza”, afirma a diretora Lucinei.

Em São Carlos, a Escola Professor Sebastião de Oliveira Rocha é um celeiro de cientistas. Além do convite à COP28, nos últimos anos alunos da unidade foram premiados e mencionados em concursos como o Solve for Tomorrow 2021 Samsung, Olimpíadas Restaura Natureza WWF Brasil 2023, Feira Stem Meninas na Ciência 2022, Prêmio Ciência e Tecnologia — Prêmio Odete Rocha.

Para arcar com os custos da viagem, eles submeteram o projeto e foram aprovados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.