‘Hip hop nordestino’: Composição de estudante de Praia Grande é campeã do Concurso Vozes pela Igualdade 2023

A edição do Concurso Vozes pela Igualdade premiou o rap “Artigo 88”, composta pelo estudante Kallyl Santana da Silva da Escola Estadual Vila Tupi, da Praia Grande. A competição musical é uma parceria entre a Secretaria da Educação do Estado e o Ministério Público de São Paulo. Neste ano, o tema era “Todo corpo tem voz, nada sobre nós sem nós” e discutiu o combate ao capacitismo. A cerimônia de premiação aconteceu no último dia 13 de dezembro, na capital paulista.

Kallyl conta que não sabia direito o que era o conceito de capacitismo e estudou o tema por um mês. “Foi um estudo árduo e necessário. Vi que a principal luta da pessoa com deficiência é a quebra de barreiras presentes na sociedade. É importante que as pessoas saibam que inclusão não é só pensar em uma rampa, é muito mais, é uma questão de humanidade”, reflete.

Sobre o estilo musical, o estudante diz que “o hip hop é americano, então resolvi trazer um pouco do Brasil para minha música, com pandeiro e sanfona e criei o que chamo de hip hop nordestino”. Para a produção, o estudante teve orientação da professora Jacqueline Chaves Chakrian.

Júri técnico

Neste ano, o júri técnico era formado por artistas com deficiência: Amanda Mittz, cantora e compositora; Carol Pacheco, produtora musical; Marina Abib, bailarina; Leo Castilho, arte-educador, e Paula Ferrari, atleta de dança em cadeiras de rodas. 

Na escolha popular, com 72% dos 224.573 votos, a música vencedora foi “Invisibilidade”, composta pelos alunos Ana Carolina Oliveira Lopes, David Honório Xavier, Anna Julia de Oliveira Souza, Maria Gabriela Xavier do Nascimento Pereira, sob a orientação da professora Karina Pignataro, da Escola Estadual Joaquim Gonçalves de Oliveira, em Cruzália. “Estou adorando ter esta experiência de apresentar aqui em São Paulo, não conhecia a cidade e está sendo tudo maravilhoso”, conta Maria Gabriela.

Em segundo lugar, ficou “Barreiras Invisíveis”, dos alunos Ana Maria Machado, João Pedro Araújo,  Lucca Caraça e Yasmin Ozaka, sob orientação da professora Ana Cláudia Gomes Serrano, da Escola Estadual Doutor Washington Luiz, de Arujá e, em terceiro, “Quebrando Barreiras” dos alunos Ana Clara Lorente, Isabela Maria Pereira Casaroti, Lucas Henrique Rozatti Cabelo, Matheus dos Santos Horácio e Pedro Henrique Palma da Silva, sob orientação da professora Rosemari Aparecida Frushio de Souza, da Escola Estadual Genaro Domarco, de Mirassol.

“Queremos sempre uma escola mais inclusiva, que converse com o futuro dos nossos estudantes. Agradeço esta parceria com o Ministério Público e espero renová-la pelos próximos anos”, afirma o secretário estadual da Educação, Renato Feder.

Sobre o concurso

O concurso Vozes Pela Igualdade fomenta discussões como racismo, lgbtfobia, etarismo e capacitismo na grade escolar do ensino médio da rede estadual. Além do conteúdo trabalhado pelas escolas, promotores de Justiça visitam escolas em todo Estado e participam de rodas de conversa sobre direitos e a atuação da instituição.

Nesta sexta edição, o Vozes envolveu 76 Diretorias Regionais de Ensino. Mais de 90 músicas foram inscritas e 10 selecionadas para a etapa final. 

Júri técnico

Júri popular