Em 2004, o Programa de Alfabetização e Inclusão (PAI), lançado em junho pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, irá alfabetizar um número ainda superior aos 20 mil adultos que deverão aprender a ler e a escrever até o fim de 2003. A garantia é do professor Evaldo Xavier da Cunha, um dos coordenadores do programa e representante da Secretaria em reunião com os responsáveis pela condução dos cursos de alfabetização da Unicastelo em Itaquera. O encontro ocorreu em função do Dia Mundial da Alfabetização, comemorado hoje e amanhã, e contou com a cobertura da Rádio Eldorado.
A Unicastelo é uma das mais de 100 instituições de Ensino Superior a implantar o programa, em parceria com a Secretaria, que cede todo o material didático. A universidade possui duas classes do PAI, que somam 59 alunos. “Idéias simples como esta geralmente são as mais eficientes”, observou Cunha. A meta do governo estadual é alfabetizar e incluir socialmente um total de 700 mil adultos em um período de quatro anos.
Segundo a coordenadora do curso de pedagogia da Unicastelo, Carmen Sofia Lisauskas, o custo das universidades ao ceder sua infra-estrutura para esta empreitada é zero. “As classes já estão abertas, os funcionários trabalhando, não há alterações na rotina da universidade. O melhor é que toda essa facilidade é aproveitada para ideais preciosos, como a alfabetização e a inclusão”, ressaltou.
Qualquer interessado pode freqüentar as aulas. Basta se apresentar com um documento na sede da universidade. Caso a pessoa não tenha documentação, a instituição particular ajuda a providenciar, utilizando seu corpo docente de Direito, formado por advogados e funcionários da polícia, entre outros.
Na conversa, o professor Cunha foi apresentado a Natália Neves de Almeida, de 73 anos. Antes de ingressar no PAI, ela nunca havia freqüentado a escola. Há duas semanas, escreveu a primeira frase de sua vida, motivo de muita emoção entre alunos e professores. “Sentir que uma pessoa está evoluindo graças à nossa ajuda é uma sensação nobre, uma alegria indescritível”, destacou a professora Arlete Oliveira da Silva, monitora da turma de dona Natália e aluna do 4.º semestre do curso de pedagogia.
EUGENIO GOUSSINSKY