O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), criado há 18 anos pela Polícia Militar, está sendo estendido a todas as escolas da rede estadual de São Paulo, por meio de um convênio entre a Secretaria da Educação e a Secretaria de Segurança Pública.
Com a ampliação, dentro de dois anos e meio todos os alunos de 10 a 14 anos das escolas do Estado receberão aulas — ministradas por policiais militares — para identificar as drogas, conhecer seus malefícios e desenvolver estratégias de resistência, a serem usadas sempre que o aluno for abordado por alguém que queira convencê-lo ao uso.
O anúncio foi feito no dia 30 de setembro, com a presença do secretário da Educação, Herman Voorwald, da primeira-dama do Estado e madrinha do PROERD, Lu Alckmin, e do secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto. “Trata-se de um projeto belíssimo, que irá ajudar todas as crianças e famílias do Estado de São Paulo”, comentou Lu Alckmin durante o evento. “O trabalho da polícia na escola no sentido da orientação e do esclarecimento é fundamental. O Proerd, sem dúvida, agrega um valor importante à escola, que com o programa proporciona para o aluno não só a educação formal, mas uma educação voltada à cidadania”, afirmou o secretário da Educação, Herman Voorwald.
Entenda como funciona o Proerd e conheça os alunos da E.E. Cássio da Costa Vidigal, uma das escolas que já contam com o programa:
Sala de aula
O programa — que em 2010 atendeu 5.800 escolas (20% da rede particular, 30% da estadual e 50% da municipal), em 470 municípios do Estado — é aplicado com estratégias preventivas que reforçam os fatores de proteção. Durante as aulas, um professor acompanha as atividades propostas pelo policial militar, que com o passar do tempo vai ganhando a confiança e o carinho da turma. “É importante a aproximação entre o policial e o aluno. A criança passa a confiar naquele policial que está na escola e isso irá facilitar a formação dela”, afirma a capitã Daniele Cristina Oliveira de Freiras, Chefe da Divisão de Polícia Comunitária e Direitos Humanos.
O PROERD atinge crianças da pré-escola, 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino fundamental. Já os alunos do Ensino Médio não participam de aulas regulares, mas sim de palestras eventuais sobre o assunto.
As lições são passadas aos estudantes de forma leve e divertida, com apoio de atividades interativas, apoiadas em uma cartilha estruturada com linguagem apropriada para a idade dos alunos. “Escolhemos os policiais que têm as características necessárias para lidar com crianças. Esses policiais fazem um curso, no qual aprendem a abordar os temas do programa com as crianças e adolescentes nas escolas”, explica a capitã.
As aulas baseiam-se em dez lições para alunos de 4ª a 7ª séries e em cinco encontros entre pais e professores, e duram de 45 a 60 minutos, uma vez por semana. O programa é inspirado na técnica americana Drug Abuse Resistance Education (D.A.R.E). “As aulas são muito interessantes. Passamos a conhecer melhor muitas coisas que não sabíamos que poderiam fazer mal e agora aprendemos que devemos evitar”, conta Drieli Costa Batisteli, aluna da 4ª série na Escola Estadual Cássio da Costa Vidigal, na zona norte da capital.
Policial Professor
O corpo de instrutores do PROERD é formado por 500 policiais militares especificamente treinados para dar aulas. Eles têm a missão de orientar e conscientizar os jovens sobre os efeitos provocados pela dependência de substâncias químicas, sejam elas lícitas, como álcool e cigarro ou ilícitas. Os últimos dados estatísticos apontam que o programa já atendeu mais de 5.500 escolas e mais de seis milhões de jovens em todo o estado.
