O secretário-adjunto de educação, Haroldo Rocha, participou nesta terça-feira (02) de painel sobre novos desafios da educação no 6º Bradesco BBI Brazil Investment Forum, que aconteceu em São Paulo. Chamado de “Os principais desafios para melhorar a educação no Brasil”, o painel contou com a presença de Eduardo Parente, CEO da Estácio; e Luiz Maurício Garcia, do setor Latam da Bradesco BBI.
A ideia do painel foi apresentar os desafios da educação no Brasil e discutir o papel da iniciativa privada e do empresariado em seu fomento. O secretário Haroldo Rocha dividiu esses desafios em três ideias principais: educação básica, Ministério da Educação e Base Nacional Comum Curricular.
Um desafio chamado educação básica
Os oradores do painel foram unânimes ao eleger o principal desafio da educação no Brasil e também no mundo: a educação básica. “O desafio da educação básica é o maior que temos. Porque a educação básica interfere em tudo, inclusive a cidadania. Um exemplo é a produtividade. Enquanto Índia e China desenvolvem sua economia e crescem em índices de produtividade, o Brasil vive uma crise de produtividade, o que diz muito sobre a competência individual. A educação precisa formar melhores cidadãos”.
O secretário também explicou que essa fase da formação é complexa porque lida com pessoas que ainda não são autônomas: “O que torna a educação básica mais desafiadora é que os alunos são crianças. Eles não são eleitores, ainda não são cidadãos e não têm autonomia. Dependem dos pais e dos professores, o que torna o processo de aprendizagem muito desafiador. Esse processo só acontece quando os alunos estão emocionalmente envolvidos. Essa complexidade torna o desafio extremamente difícil, mais do que qualquer obra”.
Um novo aluno exige novas competências
Assim como boa parte dos painéis de discussão no 6º Bradesco BBI Brazil Investment Forum, a discussão foi além das pautas e procurou traçar uma visão crítica do tempo em que vivemos, em especial com o avanço de novas tecnologias.
“O século XXI exige que o cidadão tenha três capacidades bem definidas. Primeiro, uma capacidade cognitiva, que é saber interpretar um texto, entender fatos e notícias, refletir sobre o mundo. Depois, capacidades sócio-emocionais, como ter resiliência, saber trabalhar em grupo e gerir suas emoções; e por último, capacidades comunicativas, porque o ser humano se comunica o tempo todo. São essas as capacidades que estão na Base Nacional Comum Curricular”.
Eduardo Pássaro, CEO da Estácio, acompanhou a discussão e introduziu o importante tema da evasão escolar: “Hoje o aluno abandona a escola porque acha ela desinteressante. Não vê sentido em estudar matérias essencialmente técnicas quando a sociedade vai exigir algo diferente dele. O aluno também mudou e hoje não aceita mais estudar quatro anos para não usar o conteúdo.
O secretário Haroldo complementa: “Os jovens de hoje querem cada vez mais serem autores de seu aprendizado. São inquietos, querem fazer coisas e não querem mais ouvir e ouvir, em silêncio, para depois expressar esse aprendizado”. Para Haroldo, essa quebra de paradigma muda toda a forma com se pensa educação: “Hoje, o professor é muito mais um tutor e um curador do conhecimento ao invés de apenas alguém que demonstra o conhecimento para os alunos. A mudança para a Base Nacional Comum Curricular exige que se mude a formação dos professores para essa nova realidade.
Com 22 painéis e debates sobre diversos temas, que vão da economia até infraestrutura, o 6º Bradesco BBI Brazil Investment Forum aconteceu até dia 3 de abril e teve a presença de diversas autoridades e lideranças empresariais.