O secretário da educação Rossieli Soares participou nesta quinta-feira (25) do Educo Brasil 2019, congresso de Gestão Estratégica nas Escolas Privadas que acontece anualmente em São Paulo. O intuito do evento é discutir soluções e tendências dentro da gestão de escolas particulares.
O secretário trouxe a visão da gestão pública na gestão da educação, com números e indicadores como o Ideb. Os dados serviram de pretexto para apresentar os principais desafios da gestão educacional para os próximos anos. “Quando olhamos para grandes experiências na educação mundial, vemos que a autonomia e o protagonismo do jovem no processo de aprendizagem é uma constante. Todos os exemplos têm conexão e sinergia com o jovem”, explica.
No atual modelo, a Educação Básica tem como principal objetivo formar o jovem para o vestibular, com diversas matérias de cunho histórico e cientifico. Em outros centros o foco é voltado para a formação cognitiva e sócio-emocional do indivíduo. “Precisamos instrumentar nossas crianças, desde cedo, para que ela tenha autonomia e conhecimento para a vida. Se ela souber cuidar de si, ela saberá cuidar do outro depois”, pontua o secretário.
O Ensino Fundamental e o Ensino Médio foram abordados com foco na adaptação da base comum para formar novas competências, em especial na personalização do ensino. “Precisamos focar no talento do jovem. Olhar para esse indivíduo da melhor maneira e não apenas personalizar para recuperar o que ele perdeu. Nós formamos generalistas, sendo que o mundo hoje precisa de especialistas”.
“A maioria das escolas fala em formar cidadões conscientes ou falam em colocar alunos no vestibular ou do ENEM. A gestão particular também precisa rever suas escolhas e formar pessoas para o futuro”, completa Eugênio Cordaro, fundador e conselheiro do Colégio Oswald de Andrade.
Projeto de vida como ferramenta de formação
Um dos principais pontos abordados por Rossieli na discussão com outros educadores foi a inclusão do Projeto de Vida dentro da escola. O componte, já presente nas escolas estaduais em formato PEI – Programa de Ensino Integral, visa ampliar o leque de atuação que alunos podem ter após a Educação Básica e formar competências socioemocionais como resiliência, agilidade e enfrentamento de problemas.
“Muitas vezes, os jovens não sabem o que querem porque os caminhos não foram apresentados. Muitos deles têm sonhos e a escola atua no ensino da construção desse sonho, no comportamento frente a situações”, pontua. Foco do evento, a área empresarial foi abordada na relação que ela tem com a educação. “Hoje, o mercado está menos interessado em alguém que sabe o termo técnico e mais no comportamento frente a situações desconhecidas”, explica Rossieli.
“Uma das perguntas que mais nos fazemos é se nossos alunos se realizaram. Eles cumpriram seus sonhos? É muito difícil fazer esse “pós-venda”, e são poucos que fazem de maneira mais científica”, pontua Eugênio Cordaro, participante da mesa de debate após a palestra do secretário.
Outro ponto levantado foi o uso da tecnologia na sala de aula. O secretário explica que ela é uma ferramenta fundamental e intrínseca ao mundo de hoje, mas seu uso em aula deve ser pensado com foco na formação do indivíduo. “Hoje, o aluno não pode sair da escola sem saber o que é Big Data e Internet das Coisas, por exemplo. Usar a tecnologia para resolver problemas é fundamental para a universidade e para a vida”, finaliza.
O Educa Brasil 2019 acontece até sexta-feira (26), com diversas palestras, painéis e workshops voltados para educação e gestão.