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quarta-feira, 26/04/2017
Pais e Alunos

#SomosTodosElísio: a escola que trocou o futebol pelo handebol e agora coleciona troféus

O esporte alavanca o desempenho dos alunos e os direciona para uma carreira promissora de atletas

O esporte transforma a vida de quem o pratica. As atividades físicas, além de serem importantes para o bom funcionamento do corpo humano, também diminuem a ansiedade, o estresse e a depressão, além de melhorarem o humor e a autoestima. Na escola, um bom projeto de educação física pode reverter até o quadro de notas e frequência. Tem sido assim na E.E. Elísio Teixeira Leite III, localizada na zona Norte da capital. Lá, após alguma resistência contra as aulas de handebol do professor Marcos Alexandre, as alunas e os alunos se tornaram atletas de alto rendimento. Hoje, 19 meninas estão inscritas na Federação pelo Centro Olímpico (mais 10 devem entrar no time, no próximo semestre), três meninos foram contratados pelo Corinthians e oito jovens estão ganhando o Bolsa Talento pela Secretaria de Esporte, devido a boa campanha apresentada.

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No início, conta o professor Marcos Alexandre, o esporte não era muito bem aceito. Na verdade, as alunas e os alunos pediam para que a atividade fosse futebol, o esporte preferido da garotada até então. Mas, com o tempo, e aos poucos, o docente deixou claro que as possibilidades são infinitas, basta sair da zona de conforto. “A comunidade, quando eu cheguei aqui em Taipas era sempre ‘futebol, futebol, futsal, futsal’, como no escolar eu joguei handebol, na faculdade eu joguei handebol, eu acabei falando ‘vamos mostrar algo novo para as crianças’. No início foi difícil… mas, aos poucos eles foram abraçando a ideia. Hoje a gente tem, dentro do bairro, as pessoas vindo fazer pelada de handebol”, afirma o professor Marcos Alexandre.

Para a diretora da E.E. Elísio Teixeira Leite III, Maria Aparecida da Silva Leme, comenta sobre a melhora no comportamento dos alunos: “o avanço pedagógico começou a ocorrer com o handebol quando nós percebemos que alguns alunos tinham comportamento diferente, o que é chamado de indisciplina, e aí nós conversamos para saber como resolver essa situação. O professor convidou para começar a treinar. A partir do treinamento, foi percebido pelos alunos a necessidade de ser disciplinado, aí nós começamos a resolver também o problema na sala de aula”, esclarece. Maria Aparecida reafirma a importância do esporte: “Isso dá vida para a escola, e todos que estão aqui querem vestir a camisa, e é por isso que existe a hashtag somos todos Elísio”, completa.

Mas, não é apenas na escola que se pode notar o avanço dos praticantes de handebol. Em casa, as atitudes agora são outras, explica a aluna e jogadora Carmem Luiza Delfino da Silva. “O handebol mudou tudo. Mudou o meu jeito de ser em casa, com meus colegas. Antes eu chegava da escola e ficava na rua. Minha mãe não gostava e isso era motivo de brigas. Agora, eu chego cansada dos treinos e fico dentro de casa, fazendo companhia para ela. O relacionamento da gente melhorou muito.” Carmem Luiza tem planos ambiciosos, quer ser profissional e defender a seleção brasileira olímpica, mas enquanto esse dia não chega pretende jogar por alguma faculdade, para ganhar bolsa de estudos e se formar em algum curso superior, que ainda não sabe qual é.

O handebol, apresentado às alunas e aos alunos da Elísio Teixeira Leite III pelo professor Marcos Alexandre, já rende frutos. E uma coisa que os atletas aprenderam é não olhar para trás e fechar os ouvidos para palavras de pessimismo lançadas ao ar. O goleiro da escola e do Corinthians, Liedson Vieira Oliveira, sabe muito bem o que é superar limites e dá o recado: “eu aconselho aquelas pessoas, que mesmo todo mundo jogando pedra, que foi no meu caso, pra nunca desistirem. Não importa o esporte, porque com fé em Deus, independente da religião, a gente vai longe. É só ir se dedicando, porque eu já estou aqui há quatro anos, e já estou no Corinthians. Então, nunca desista dos seus sonhos”, finaliza.