Primeiro dia da exposição, que vai até 29 de setembro, recebeu a visita de alunos da Escola Estadual João Kopke, da Capital
“Água do meu Tietê, onde me queres levar? Rio que entras pela Terra, e que me afasta do mar…” Os versos do poeta Mário de Andrade dão o tom da exposição fotográfica “Tietê, o rio de várias faces” na Oficina Cultural Oswald de Andrade, que ficará aberta ao público até dia 29 deste mês.
São 24 painéis com 73 fotos de várias partes do rio, desde a nascente, na Serra do Mar – altura do município de Salesópolis, até a foz no rio Paraná, dentro do município de Itapura.
A mostra inaugurada nesta sexta-feira, 23, é promovida pela Secretaria de Estado da Educação, por meio da Diretoria de Projetos Especiais da FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação.
O objetivo é chamar a atenção de professores e alunos para a história, a geografia, o meio ambiente e a importância do maior rio do Estado, o Tietê, que corta São Paulo praticamente ao meio e tem uma aparência e uma história para contar.
Rota do Desbravamento
A posição estratégica fez com que os 1.100 quilômetros do Tietê fossem usados pelos Bandeirantes para alcançar o interior na busca por índios. No caminho, esses primeiros desbravadores fundaram vilas que mais tarde se tornaram grandes centros, e hoje revivem seu passado glorioso – de cultura e arquitetura colonial – para incrementar o turismo.
A iniciativa tem o patrocínio da Brasilprev Seguros e Previdência, apoio da Secretaria de Estado da Cultura e realização da Editora Horizonte Geográfico. “Tietê, o rio de várias faces” foi elaborada pela equipe da Editora Horizonte Geográfico, parceira da Secretaria de Estado da Educação, contando com o apoio da Coleção Hercule Florence, da Fundação Patrimônio Histórico da Energia de São Paulo, da ONG SOS Mata Atlântica Núcleo Pró-Tietê e do fotógrafo Adriano Gambarini.
Viagem fotográfica pelo Tietê
Um grupo formado por 39 alunos de 7ª e 8ª séries e do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual João Kopke, do Bom Retiro, foi o primeiro a viajar pelas águas do rio, pelo menos por meio das fotos. Mas antes, eles assistiram a uma palestra da artista plástica e documentarista Adriana Florence.
Apaixonada por natureza, Adriana fez questão de dizer o quanto a água faz parte da vida de todos. “Nós somos formados por 68 % de água no corpo, nós ouvimos graças a água, que conduz os impulsos elétricos do nossos neurônios. As mulheres, por exemplo, geram a vida com o auxílio da água”, explicou Adriana.
A ligação de Adriana com o assunto está no sangue. Ela é tetraneta de Hércules Florence, pintor e pesquisador francês que cruzou o Brasil, do Tietê ao Amazonas, entre 1821 e 1829.
Quase 180 anos depois Adriana repetiu a façanha, dessa vez, em muito menos tempo. Durante 32 dias, ela refez a viagem de Hércules com uma equipe de 11 pessoas para produzir um documentário de 40 minutos exibido para o mundo inteiro pelo canal Discovery. E voltou ainda mais fascinada pelo assunto. “Se a gente parar pra pensar, vocês imaginam quanta mágica a água pode contar, se a gente parar para ouvir?”, questiona a artista.
Serviço
Data: de 23 a 29 de setembro
Horário: das 14 às 22 horas (segunda a sexta-feira), e das 14 às 18 horas (aos sábados)
Local: Oficina Oswald de Andrade, Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo, próximo a Estação de Metrô Tiradentes.
Celso Bandarra
