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sexta-feira, 27/01/2012
Imprensa

Alunos aprendem sobre Justiça em projeto desenvolvido em escolas estaduais

Três mil estudantes de 5º e 6º anos de 16 unidades na região de São Carlos criaram textos e desenhos que deram origem ao livro “A Escola e a Justiça” […]

Três mil estudantes de 5º e 6º anos de 16 unidades na região de São Carlos criaram textos e desenhos que deram origem ao livro “A Escola e a Justiça”

O valor dos direitos e dos deveres na vida em sociedade. Este é o mote do projeto “Justiça e Cidadania”, que envolve estudantes de 5º e 6º anos do Ensino Fundamental de escolas estaduais da região de São Carlos. A partir de fevereiro, a iniciativa desenvolvida em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) dará origem a um almanaque e deve contar com cerca de 3,6 mil alunos participantes das cidades Itirapina e Ibaté, além de São Carlos.

No ano passado, a iniciativa levou 3 mil alunos de 16 unidades de ensino do município a discutir e produzir textos e desenhos que deram origem ao livro “A Escola e a Justiça”, lançado em dezembro.

“Os alunos aprendem como é importante viver em uma sociedade pautada por leis. Ensinamos que a Justiça não existe só para punir, e sim para garantir que a sociedade viva bem”, explica a dirigente regional de São Carlos, Débora Gonzaliez Costa Blanco. A ação foi realizada paralelamente aos projetos do Sistema de Proteção Escolar, como uma medida preventiva aos conflitos e à violência nas escolas.

         A partir de cartilhas elaboradas pela AMB, foram desenvolvidos trabalhos em sala de aula com orientação dos professores titulares das classes de 5º ano e dos professores de língua portuguesa nas turmas de 6º ano. Em um segundo momento foram organizados cerca de 20 encontros nas escolas com a presença de juízes, promotores, defensores e policiais civis e militares. Nessas reuniões os estudantes levantavam questões sobre leis de trânsito, relações familiares, drogas e violência, entre outros temas.

“Com as visitas fazíamos o aprofundamento, abrindo um leque para qualquer outra questão. Isso tornou o projeto muito rico” explica o juiz André Luiz de Macedo, que atuou como coordenador ao lado da Diretoria Regional de Ensino de São Carlos. “O grande foco deste programa é trabalhar os direitos e deveres. A criança vai multiplicando a ideia de responsabilidade social e a Justiça se beneficia disso”, completa o juiz.

 

“A Escola e a Justiça”

Para compor o livro, executado com apoio da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, foram selecionados um texto e um desenho produzidos em cada uma das escolas. A obra teve 750 cópias distribuídas entre escolas da região e entidades participantes.

A redação de Ingridy Lopes Moreschi, 10 anos, aluna do 5º ano Escola Estadual Antônio Adolfo Lobbe, de São Carlos, foi um dos trabalhos escolhidos para integrar o livro. Com o título “A importância da Justiça para mim e para a comunidade”, o texto de Ingridy fala sobre respeito às leis. “Eu achei muito legal este projeto, porque a gente aprende um pouco mais, além das aulas de matemática, português, história”, conta. A estudante disse que “achou os juízes mais legais do que imaginava” e, embora tenha “muito tempo para decidir”, já pensa em ser advogada.

A partir de fevereiro, o projeto será retomado e ampliado. Depois das atividades com a cartilha e dos encontros com representantes da Justiça que serão realizados ao longo do ano letivo, os alunos produzirão passatempos, como quadrinhos e caça-palavras, para compor um almanaque, cujo lançamento encerrará as atividades em dezembro. Além da publicação, financiada pela Secretaria da Educação, a empresa Faber-Castell fornecerá kits de caneta e lapiseira em caixas customizadas para o projeto.

 Sistema de Proteção Escolar

Em 2009, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo criou o Sistema de Proteção Escolar. O projeto articula um conjunto de ações, métodos e ferramentas que visam disseminar e articular práticas voltadas à prevenção de conflitos no ambiente escolar, à integração entre a escola e a rede social de garantia dos direitos da criança e do adolescente e à proteção da comunidade escolar e do patrimônio público.

Atualmente, o Sistema de Proteção Escolar conta com o trabalho de cerca de 2 mil docentes na função de professores-mediadores, em mais de 1,6 mil escolas da rede de ensino estadual. Dentre as atribuições desses profissionais, estão a adoção de práticas restaurativas e de mediação de potenciais conflitos no ambiente escolar, realização de entrevistas com os pais ou responsáveis dos alunos, análise de fatores de vulnerabilidade a que possa estar exposto o aluno.