Luvas, jaleco e olhos atentos ao microscópio. É no laboratório da Escola de Tempo Integral Professor Antônio Dutra, localizado na cidade de Itatiba, que os alunos do Ensino Médio realizam as principais ações do projeto de pré-iniciação científica, desenvolvido em todas as escolas do novo modelo.
“O desafio desse trabalho é fazer com que o aluno preste atenção no seu dia-a-dia e veja que existem muitas perguntas sem respostas simples e por isso é possível ampliar o horizonte e propor experimentos”, afirma a professora e orientadora dos trabalhos de iniciação científica da unidade, Paula Vilma de Oliveira.
E foi assim que os trabalhos de iniciação científica da escola foram desenvolvidos. Um grupo com três meninas, por exemplo, levantou questionamentos sobre a decomposição do cabelo depois de notar a grande quantidade que ficava no ralo do banheiro, após o banho. Por conta disso, resolveram estudar a decomposição de cabelos e pelos em diferentes substratos e ph.
“Pensamos em usar substâncias simples do nosso dia-a-dia, como limão, vinagre e refrigerante a base de cola, em diferentes temperaturas, para analisar a degradação do cabelo. O cabelo já está há três meses nesses substratos e por enquanto a conclusão é que realmente é muito difícil a degradação e que não houve alteração ainda”, conta uma das alunas que participa do projeto de iniciação científica, Larissa de Cássia Ribeiro Souza.
Esse é apenas um dos projetos desenvolvidos ao longo do ano na unidade. Com o intuito de socializar o conhecimento e experiências desenvolvidas pelos estudantes que cursam o Ensino Médio nas 47 escolas com o novo modelo, a Secretaria da Educação vai promover a 1ª Feira de Ciências do Ensino Integral sexta-feira (8).
1ª Feira de Ciências do Ensino Integral
Durante o ano letivo, os jovens foram incentivados a pensar em propostas que ajudassem a comunidade e ainda fossem pioneiras na utilização de recursos de tecnologia. O resultado são bengalas com GPS para auxiliar deficientes visuais, mochilas massageadoras para aliviar estudantes que carregam peso nas costas, ração para animais fortificada e nutritiva feita com restos da merenda escolar, pomada cicatrizante para diabéticos entre outras propostas inéditas, inteiramente produzidas pelos alunos.
Para chegar à feira, os projetos foram orientados por professores das escolas de tempo integral e os temas foram escolhidos pelos alunos. Os trabalhos foram desenvolvidos durante as aulas regulares e também nas disciplinas eletivas, que são selecionadas por estar alinhadas ao projeto de vida dos alunos. Os projetos foram avaliados por bancas examinadoras ao longo do ano letivo, formada por professores e especialistas.
“ É possível afirmar com propriedade que esse projeto despertou a paixão pelo conhecimento, que é o que move uma escola. Os alunos estão mais responsáveis e começaram a ver que todas as disciplinas são importantes para o projeto ter sucesso”, afirma a professora e coordenadora dos projetos da E.E. Professor Antônio Dutra, Paula Vilma de Oliveira.
– Confira aqui a relação de trabalhos da Feira de Ciências
Na Feira de Ciências, 151 projetos serão apresentados e 24 serão selecionados para participarem de mostras nacionais e internacionais. Todos receberão certificado de participação. Uma das propostas das escolas com o novo modelo de tempo integral foi aproximar estes projetos de universidades, indústrias e terceiro setor para estimular e instruir os jovens a tornarem os planos realidade, com apoio e patrocínio, sendo esta a próxima fase.
Novo Modelo de Escola de Tempo Integral
As escolas com o novo modelo de tempo integral estão em ampliação no Estado. Hoje são 69 unidades, com 20 mil alunos, e no próximo ano serão 178, com 53 mil estudantes. Além das disciplinas obrigatórias, nestas unidades os alunos contam com disciplinas eletivas e a jornada é de oito horas e meia no Ensino Fundamental e de nove horas e meia no Ensino Médio, incluindo três refeições diárias. A estrutura conta com salas temáticas de português, história, arte e geografia, além de salas de leitura e informática. Os professores que atuam nestas unidades recebem gratificação salarial de 75% por trabalharem em regime de dedicação exclusiva.
* Atualizada em 12/11 às 15h10
