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segunda-feira, 17/06/2019
Notícia

Curso sobre armazenamento de água agita escola estadual. Agora, comunidade constrói suas próprias cisternas

Curso foi promovido pelo Sesc Santo André no dia 09 de junho

Um curso promovido pelo Sesc Santo André na Escola Estadual Generoso Alves de Siqueira mudou a vida de muita gente do bairro Vila Vitória, em Santo André.

No dia 08 de junho, um sábado, o Sesc promoveu um curso sobre cisternas, uma forma prática de armazenamento de água. O coletivo permacultura Sossé Amandy foi chamado para ministrar as aulas voltadas para toda a comunidade. No domingo, dia 09, o Sesc foi até a escola para mostrar aos estudantes e professores como se faz, na prática, uma cisterna.

“No sábado discutimos a parte teórica sobre o uso consciente de água e depois os tipos de aproveitamento de água de chuva que existem, entre outras cosias. E no domingo viemos mostrar na prática como funciona, o material que usa, e estão todos colocando a mão na massa”, explica o engenheiro ambiental e urbano Leonardo Varallo. Membro do coletivo, ele foi um dos responsáveis pelas aulas.

A cisterna feita na escola comporta 600 litros e tem um custo médio de R$ 1 mil. Esse valor é composto pelo reservatório de água. Mas a oficina foi além. Ensinou como fazer cisternas com materiais normalmente usados em casa, de forma a ajudar a comunidade mais carente a também construir uma. Os estudantes, atentos, anotaram as lições.

“Em casa, como tem gente que já tem algum material guardado, não custaria tudo isso. Uma bombona (recipiente que pode ser usado como reservatório) custa cerca de R$ 80”, destaca Varallo.

A aula desenvolveu diversas competências nos alunos e faz parte de um ciclo de formações sobre o Meio Ambiente, cujo dia mundial foi comemorado em 5 de junho. São várias as abordagens possíveis, como explica Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.

“As temáticas socioambientais compõem uma importante agenda, especialmente em razão da complexidade dos dilemas da vida contemporânea e de suas consequências para as sociedades atuais e vindouras. Essa oficina tem duas possíveis abordagens. Do ponto de vista do consumo, isso tem um impacto na vida financeira da família, além da relação com a água (conscientização). E do ponto de vista social tem pesquisadores que defendem que o uso generalizado de cisternas auxiliaria no controle de inundações. A água que ia para o sistema de drenagem acaba sendo retido”, analisa.

Comunidade comemora e até pensa em espalhar a notícia

O bairro é localizado perto da represa do Guarapiranga, numa região de muita chuva, névoa e também alguns perigos, como o mosquito da dengue.  A cisterna construída na escola teve o cuidado com a formação de larvas do mosquito da dengue. “A gente se preocupa em colocar telas em todas as possibilidades de acesso do mosquito na água. Tanto no ladrão, quanto na entrada de água. Só é preciso fazer uma manutenção periódica para limpar o sistema e manter a qualidade da água. O indicado é uma vez por ano”, pontua Jonas Oliveira, um dos professores presentes.

Além de construção de cisternas, os moradores também podem aplicar pequenas reformas em suas casas, todas com o intuito de otimizar a armazenagem de água e evitar doenças, contaminação de água e também promover o consumo consciente.

Uma aula que fez a diferença. Alguns estudantes disseram que irão transmitir a mensagens aos pais. Já os professores presentes estimularam donas de casa e moradores da região a promover algumas reformas de manutenção. Para Edna Maria de Faria, professora aposentada de Santo André, o curso vai ajudá-la em muitos sentidos. “Foi muito interessante, porque sempre estou fazendo reformas na minha casa. Esse curso vai me ajudar a fazer minha própria cisterna e aproveitar a água da chuva. Ainda mais hoje, que a água está tão rara. Sem ela não tem vida”, finaliza.