Modelo de construção brasileiro é exemplo para alunos europeus
Dez estudantes do 4º ano de Arquitetura da Ecole Nationale Supérieure d’Architecture de Versailles (Ensav), de Paris (França), liderados pelo arquiteto e professor Richard Scoffier, vieram a São Paulo conhecer o projeto arquitetônico de escolas estaduais. Tema de estudo na disciplina “Arquitetura em Mutação”, as unidades paulistas são referência em construção de estruturas pré-fabricadas em concreto. O sistema é adotado pela Secretaria de Estado da Educação desde 2003.
Recebidos em duas escolas da cidade de Campinas (Conjunto Habitacional Campinas E1-B e a Conjunto Habitacional Campinas F1), os alunos franceses puderam aprender como funciona o planejamento da Secretaria para a criação de escolas. Além de projeto para Paris, os alunos terão de desenvolver um conceito de projeto de uma unidade escolar similar a francesa a ser implantada no bairro da Mooca, zona leste da Capital.
“Nossas escolas são pensadas para ter uma arquitetura prática. É importante que o ambiente seja arejado e iluminado. A vinda do grupo francês mostra que a Secretaria dá exemplo com a arquitetura de nossas escolas”, afirma o diretor de Obras da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão ligado à Secretaria.
As duas escolas de Campinas foram escolhidas porque estão entre as primeiras construídas a partir de estruturas pré-fabricadas em concreto. “Trata-se de uma arquitetura que adota soluções simples, até minimalistas, utilizando quase sempre os mesmos elementos, mas com uma diversidade muito criativa e interessante”, diz o professor francês Richard Scoffier.
Ao receber o grupo de visitantes, Maria José Cietto Cirino, diretora da escola estadual Conjunto Habitacional Campinas E1-B fez elogios à escola: “A arquitetura é prática, a escola é arejada, é iluminada, espaçosa”. A unidade escolar, que atende a 820 alunos de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental, conta com 15 salas de aula, laboratório de informática e quadra coberta.
Escola aberta
Outro fator que chamou a atenção dos visitantes foi o fato de as escolas estaduais serem abertas, dentro do projeto Escola da Família, que convida a comunidade que as envolve a adotar os espaços. “O grande problema na França é a segurança”, disse o professor Richard, referindo-se a episódios de vandalismo contra as escolas. Por essa razão, ele explica, as unidades escolares daquele país são muito fechadas.