?Em reunião técnica de apresentação de resultados realizada em 27 de novembro, a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), órgão ligado à Secretaria de Estado da Educação, concluiu a primeira fase de implantação de seu Projeto de Gestão de Resíduos na Construção Civil em Prédios Escolares.
A iniciativa visa garantir que os resíduos produzidos nas obras realizadas em escolas da rede estadual de ensino sejam adequadamente manejados, evitando o desperdício de recursos e garantindo a reciclagem ou reuso de materiais e o descarte de materiais não–recicláveis em locais adequados. Outro objetivo da iniciativa é melhorar a organização e a limpeza das obras, garantindo um ambiente mais propício e seguro ao trabalho.
O projeto piloto foi desenvolvido pelas empresas Obra Limpa e I & T e implantado em duas obras novas da FDE: a EE Jardim Santa Emília, em Guarulhos; e a EE Parque Dourado V, em Ferraz de Vasconcelos, ambas na Grande São Paulo.
A partir do desenvolvimento do projeto, a FDE está elaborando um Manual de Gestão de Resíduos na Construção Civil em Prédios Escolares, a ser finalizado no início de 2008 e incorporado aos materiais de apoio dedicados à padronização dos procedimentos estabelecidos para as obras contratadas pela Fundação. Além disso, a instituição está revendo suas fichas técnicas e elaborando um estudo de viabilidade para tornar sistemática a adoção dos procedimentos de gestão de resíduos da construção nas intervenções em todas as escolas.
O empresário Carlos Eduardo Massafera, da Construtora Massafera, que atuou na construção da EE Jardim Santa Emília, aprova o projeto. “É uma experiência boa. Acho que a FDE , nesse aspecto, inova mais uma vez”, afirmou.
Para ele, a questão ambiental se impõe a cada dia. Além disso, segundo Carlos Eduardo, “diminuir a geração de resíduos representa economia e qualidade na obra”.
A Construtora Massafera é também responsável pelas obras de adequação do Palácio da Saúde, edifício na avenida São Luís, centro de São Paulo, que será a futura sede da FDE . Mesmo sem qualquer exigência estabelecida pela Fundação, a empreiteira adotou naquela obra o sistema de gestão de resíduos na construção civil proposto pela atual projeto.
Já o empresário Reinaldo Kalil, da Lopes Kalil Engenharia, empresa responsável pela construção da EE Parque Dourado V, falou sobre as vantagens da adoção da gestão de resíduos. “Aumenta, sim, a produtividade a partir da organização e da limpeza da obra”, afirmou. “É só ganho, realmente, ambiental e de produtividade”, acrescentou.
Outro fator citado pelo empresário refere-se aos gastos no processo: “Não houve um acréscimo significativo nos custos para fazer a gestão dos resíduos”.
Elcio Duduchi Careli, da empresa Obra Limpa, responsável pelo desenvolvimento do projeto de gestão de resíduos em obras escolares, falou sobre a importância de se garantir a reciclagem ou reuso de materiais e de dispor os resíduos não-recicláveis em aterros adequados.
“Tanto a FDE quanto as construtoras entraram em um processo de salto qualitativo”, disse Elcio, referindo-se à implementação do projeto.
Ricardo Esteves, chefe do Departamento de Especificações Técnicas da FDE , destacou o pioneirismo da Fundação entre órgãos públicos no desenvolvimento de medidas para a gestão de resíduos na construção civil.
Lembrando que por volta de 75% do lixo urbano é resultado das atividades de construção civil, Ricardo disse que a FDE opta pela “ação responsável”. Ele lembrou, ainda, que todos os departamentos da Diretoria de Obras da Fundação estão envolvidos no desenvolvimento de ações que representem garantia de respeito ao meio ambiente nas construções escolares.