No próximo sábado (19), a tradição indígena é celebrada mais uma vez. No último ano, foram conquistados grandes avanços na área da Educação Indígena. Entre eles, está a oferta de livros de alfabetização em Guarani, produzidos por professores indígenas com supervisão de um linguista especializado. O material, que é inédito no Estado, foi distribuído para as 25 escolas estaduais indígenas existentes em comunidades Guarani.
A iniciativa reafirma as identidades étnicas e culturais das comunidades, com o propósito de garantir educação de qualidade aos estudantes indígenas, respeitando as especificidades de cada etnia. O conteúdo do material de alfabetização utiliza músicas, histórias, desenhos e brincadeiras próprios da cultura Guarani, com o intuito de garantir uma aprendizagem efetiva e proporcionar atividades com conteúdos significativos para as crianças das aldeias.
– Confira aqui a série de vídeos gravados em escolas indígenas espalhadas pelo Estado
Outro destaque é a II Conferência Estadual de Educação Escolar Indígena, que contou com mais de cem propostas apresentadas pelos integrantes das comunidades indígenas. Dentre as ações discutidas estavam a criação de uma legislação própria e específica para professores indígenas, instituindo um plano de carreira, e a realização de projetos de intercâmbio cultural entre as escolas indígenas do Estado.
A construção de escolas também esteve em pauta. Com o investimento de R$ 1,5 milhão, as aldeias Dajikoaty e Uruity, no município de Miracatu iniciaram as obras para a construção de duas novas escolas.
As unidades contarão com duas salas de aula e uma sala de uso múltiplo, que serão construídas de modo que os ambientes possam se tornar um único espaço para uso da comunidade.
Preservação
A Educação mantém, desde 1997, o Núcleo de Educação Indígena, responsável por auxiliar na preservação das memórias históricas indígenas para a valorização das identidades étnicas.
Nas classes indígenas, os alunos têm acesso a todas as áreas de conhecimento do currículo escolar. No entanto, as matérias são abordadas a partir da cultura de cada tribo e as aulas são ministradas por professores das próprias aldeias. Em salas de aula, os docentes abordam a importância do fortalecimento da história e da tradição dos povos indígenas.
As escolas indígenas do Estado oferecem Educação Básica, que compreende a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, que está dividido em anos iniciais e anos finais, além do Ensino Médio.
As unidades estão distribuídas nas regiões das diretorias de ensino de Bauru, Caraguatatuba, Itararé, Miracatu, Penápolis, Registro, Santos, São Paulo (diretorias Norte 1 e Sul 3), São Vicente e Tupã.