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sexta-feira, 07/05/2021
Notícia

Número de casos prováveis de Covid-19 nas escolas é 31 vezes menor que a incidência estadual

2⁰ Boletim Epidemiológico da Educação foi divulgado nesta sexta-feira (7); acordo de cooperação entre Seduc-SP e Banco Interamericano de Desenvolvimento também foi apresentado

O secretário da Educação, Rossieli Soares, e o epidemiologista Wanderson Oliveira, coordenador da Comissão Médica da Educação, divulgaram nesta sexta-feira (7), em coletiva virtual, o 2⁰ Boletim Epidemiológico da Educação. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19 (Simed), que reúne informações sobre casos registrados pelas escolas.

Acesse o segundo Boletim Epidemiológico da Educação

“Estamos buscando sempre trabalhar com evidências, acompanhando tudo que acontece e todas as movimentações no mundo, mas também observando, obviamente, os números daqui do estado de São Paulo e para isso o trabalho da Comissão é essencial”, iniciou Rossieli.

Entre os dias 3 de janeiro até 1 de maio de 2021, o Simed registrou nas escolas das redes estadual, municipal e privada, 28.064 notificações válidas relacionadas a casos suspeitos e confirmados de Covid-19. Destas 5.651 são casos prováveis, 6.559 casos descartados, 7.844 casos com resultado inconclusivo e 8.010 em investigação. 

Estas classificações foram adaptadas pela Comissão Médica da Educação, pois a confirmação só deve ser feita pela Secretaria de Saúde ou com laudo de exames positivos. “A partir de agora o que a gente chamava de casos confirmados passam a ser casos prováveis. Essa definição é prevista na epidemiologia e usada com regularidade, inclusive a própria OMS tem definição de casos prováveis. Então para nós da Educação essa é uma definição operacional de tal maneira que a gente garanta somente as pessoas que possuem de fato a informação de que realizaram o RT-PCR ou teste de antígeno com resultado positivo registrado no sistema”, explicou epidemiologista Wanderson Oliveira.

Em comparação, a taxa de incidência do estado de São Paulo entre as semanas epidemiológicas 1 e 17 deste ano é 3.132 casos por 100 mil habitantes. Já a taxa de incidência observada nas notificações do Simed é 98 casos por 100 mil pessoas, ou seja, 31 vezes menor do que a estadual.  

Ainda, os 39 registros com informação de óbito estão sendo investigados pelas Secretarias de Saúde e Educação para avaliação da relação dos mesmos com atividade presencial na escola durante o período de transmissão.

Dos casos prováveis, 3.710 são registros da rede estadual ligada a Seduc, 128 da rede estadual ligada a outros órgãos, 1.764 da rede privada e 49 das redes municipais.  O preenchimento no Simed é obrigatório para as escolas de todas as redes, com exceção daquelas em que os municípios possuem conselhos próprios.  

Wanderson Oliveira explicou que para o registro ser válido dentro do Simed deve haver uma investigação do caso. Se alguém da escola apresentar dois ou mais sintomas tem que se considerar a data de início e tempo de incubação do vírus. “Precisa checar se a pessoa esteve presencial em atividades na escola […] Se não esteve na escola nesses 14 dias (tempo para incubação do vírus) esta não é uma infecção da comunidade. Apesar da pessoa ser ligada a escola nós não queremos saber se ele teve Covid ou não, nós queremos saber se ele pegou Covid durante uma atividade presencial na escola”, afirmou

Acordo de cooperação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) também anunciou o acordo de cooperação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O intuito é gerar evidências de alto rigor científico sobre a relação da Covid-19 com a Educação.

“O fato de a gente conseguir produzir estas evidências é o que vai gerar uma volta às aulas cada vez mais segura […] Isso não vai ser importante somente para o estado de São Paulo, pois existe uma falta hoje de evidência para pautar países em desenvolvimento, então a gente precisa produzir evidência para o nosso contexto. É diferente você comparar Brasil com Suécia, onde se tem muitos estudos”, afirmou João Cossi, especialista em educação do BID. 

O objetivo principal da parceria é analisar os dados individualizados, por aluno, das Secretaria de Educação e Saúde combinados permitindo que as análises sejam geradas em níveis mais específicos. 

Os estudos programados são: 

• Detalhamento dos impactos educacionais do fechamento e abertura das escolas em SP

• Análise do impacto da reabertura das escolas na disseminação da Covid-19 no nível escolas e domicílio

• Monitoramento dos impactos educacionais durante a reabertura das escolas em 2021 para identificar desigualdade entre estudantes